HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA: O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA I -/- A SOCIOLOGIA NOS ESTADOS UNIDOS -/- -/- HISTORY OF SOCIOLOGY: THE DEVELOPMENT OF SOCIOLOGY I -/- SOCIOLOGY IN UNITED STATES -/- -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mails: [email protected] e [email protected] WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- -/- PREMISSA -/- A Sociologia nos Estados Unidos desenvolveu-se no contexto de dois grandes eventos que marcaram profundamente a história do país. -/- O primeiro foi a Guerra de Secessão (também conhecida como (...) Guerra Civil Americana), que ocorreu entre 1861 e 1865 e gerou ressentimentos e atritos entre a população do sul e a do norte dos Estados Unidos. -/- Em contrapartida, houve a urbanização das terras do oeste e das áreas centrais do país, o que contribuiu para o crescimento da economia e a expansão industrial. No norte, graças ao esforço de guerra, houve um grande crescimento, principalmente na metalurgia, no transporte ferroviário, na indústria de armamentos e na indústria naval. O comércio também se expandiu de maneira exponencial em todo o território estadunidense. -/- O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de “trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos”. Houve ainda um grande desenvolvimento de escolas e instituições de ensino superior. -/- O segundo grande evento que marcou a história estadunidense foi a chegada em massa de estrangeiros. Entre 1860 e 1900, os Estados Unidos passaram de país agrícola, com população em torno de 4 milhões, para país industrial, com uma das maiores economias do mundo e com 75 milhões de habitantes. -/- O incremento populacional e a industrialização redundaram em um processo de urbanização sem precedentes que continuou até a década de 1930. Para se ter uma ideia, em 1860 viviam em Chicago 102 260 pessoas; em 1900, a população da cidade passou a 1 698 575 e, em 1930, a 3 375 329. Em virtude desses fatores, consolidaram-se nos Estados Unidos uma burguesia industrial, comercial e financeira significativa, uma classe trabalhadora majoritariamente formada por imigrantes e uma classe média em ascensão. -/- As principais cidades passaram a ser um espaço de conflito e alvo de preocupações. Temas como imigração, aculturação, conflitos étnicos, comportamentos desviantes e políticas públicas foram importantes na Sociologia desenvolvida inicialmente no país. -/- Entre os principais fundadores da Sociologia nos Estados Unidos estão William Graham Sumner (1840 -1910), Lester Frank Ward (1841-1913), Albion Woodbury Small (1854-1926), Franklin Henry Giddings (1855-1931), Thorstein Bunde Veblen (1857-1929), William Isaac Thomas (1863-1947), Robert Ezra Park (1864-1944), Charles Horton Cooley (1864-1929) e George Herbert Mead (1863-1931). -/- A herança cultural desses fundadores é muito diversa: foram influenciados principalmente pela tradição religiosa protestante disseminada em quase todo o território, pelo liberalismo econômico clássico conservador, do tipo laissez-faire, pelo evolucionismo do inglês Charles Darwin (1809-1882) e pelo darwinismo social de Herbert Spencer (1820-1903). Acrescente-se a esse cadinho de concepções de mundo e ciência o pragmatismo do filósofo e psicólogo William James (1842-1910) e do filósofo Charles Pierce (1839-1914). -/- Essa herança permite compreender as duas grandes características da Sociologia nos Estados Unidos: -/- • multiplicidade de temas, problemas e propostas e diversidade teórica e metodológica; -/- • desenvolvimento desse campo do conhecimento em universidades, nas quais as atividades eram financiadas pelo Estado e pelo setor privado (Fundação Rockefeller, comitês e associações normalmente religiosas). -/- Por causa dessa segunda característica, optei por analisar o desenvolvimento da Sociologia nos Estados Unidos em três importantes universidades estadunidenses: a de Chicago, Harvard e Columbia. -/- 1. A Universidade de Chicago -/- A Universidade de Chicago foi fundada em 1890 pelo magnata do petróleo John D. Rockefeller e recebeu os primeiros alunos em 1892. Nela foi criado o primeiro departamento de Sociologia dos Estados Unidos, sob a direção de Albion Woodbury Small. -/- No início de seus trabalhos sociológicos, a Universidade de Chicago deu primazia à pesquisa empírica, procurando conhecer, por meio da observação direta, a dinâmica das relações sociais. Desenvolveu uma forte tendência pragmática e microssociológica, que viria a ser conhecida como a Escola de Chicago. A maior preocupação dos integrantes dessa Escola foi com os problemas das grandes cidades dos Estados Unidos, como a marginalidade social, o alcoolismo, as drogas, a segregação racial e a delinquência, estabelecendo uma relação entre a pesquisa sociológica e a intervenção dos organismos públicos na sociedade. -/- Os sociólogos de Chicago também se dedicaram ao que chamaram de ecologia humana, em oposição à ecologia animal e vegetal. -/- Em 1895, Albion Woodbury Small fundou o American Journal of Sociology e, em 1907, participou ativamente da fundação da Sociedade Americana de Sociologia. Ele publicou, com Georges Vincent, em 1894, talvez o primeiro manual de Sociologia para estudantes, intitulado Introdução ao estudo da sociedade. Tendo estudado na Alemanha, Small foi o principal divulgador do pensamento de Georg Simmel nos Estados Unidos. -/- Entre os integrantes da Escola de Chicago mais conhecidos no Brasil, podemos citar William I. Thomas (1863-1947) e Florian Znaniecki (1882-1958), cuja principal obra foi O camponês polonês na Europa e na América, editada em 1918. -/- Destacam-se ainda Robert E. Park (1864-1944) e Ernest W. Burgess (1886-1966), que escreveram, entre outras obras, Introdução à ciência da Sociologia, em 1921. -/- Os dois, com Roderick Mackenzie, escreveram o clássico A cidade, em 1925. Outro membro de destaque foi Louis Wirth (1897-1952), autor de O gueto, escrito em 1928, e de um artigo que se tornou famoso, “Urbanismo como modo de vida”, publicado em 1938, no American Journal of Sociology. -/- A Escola de Chicago congregou, ainda, sociólogos e antropólogos com ligação com a Psicologia Social, que desenvolveram uma abordagem sociológica das relações sociais conhecida como interacionismo simbólico. A principal figura dessa vertente foi George Herbert Mead (1863-1932), que trabalhou em diversas áreas, sobretudo como psicólogo social e como professor de várias gerações de antropólogos e sociólogos. Seus escritos foram sistematizados por seus alunos e publicados com o nome Mind, self and society (A mente, o eu e a sociedade), em 1934. -/- Além da tradição intelectual dos Estados Unidos, os integrantes da Escola de Chicago receberam a influência de Jean-Gabriel de Tarde, Émile Durkheim e Georg Simmel. Seus continuadores foram Herbert Blumer (1900-1987) e Everett C. Hughes (1897-1983). -/- 1.1 Erving Goffman (1922-1982) -/- O representante da Sociologia desenvolvida na Universidade de Chicago mais influente no Brasil é Erving Goffman, que nasceu em Manville, Alberta, no Canadá, em 1922, e faleceu nos Estados Unidos em 1982. Obteve o grau de bacharel pela Universidade de Toronto, em 1945, e concluiu mestrado (1949) e doutorado (1953) na Universidade de Chicago, onde estudou Sociologia e Antropologia Social. Em 1958, tornou-se professor da Universidade da Califórnia e, em 1968, ingressou na Universidade da Pensilvânia, onde foi professor de Antropologia e Sociologia. -/- Entre 1981 e 1982, Goffman foi presidente da Sociedade Americana de Sociologia e realizou pesquisas na linha da Sociologia interpretativa e cultural, iniciada por Max Weber, desenvolvendo a ideia de que o mundo é um teatro e cada um, individualmente ou em grupo, interpreta papéis de acordo com as circunstâncias em que se encontra. Essas circunstâncias são marcadas por rituais e posições distintivas em relação a outros indivíduos ou grupos. Para ele, é possível distinguir indivíduos, grupos e classes com base, por exemplo, em aspectos como as formas de vestir ou de se apresentar publicamente. -/- O sociólogo considera a interação social como um processo fundamental de identificação e de diferenciação dos indivíduos e grupos, analisando-a no cotidiano, especialmente em lugares públicos. Goffman estudou com especial atenção o que chamou de “instituições totais”, lugares onde o indivíduo é isolado da sociedade, como prisões e manicômios. -/- De acordo com o sociólogo brasileiro Édison Gastaldo: -/- O trabalho de Goffman trouxe à luz aspectos da vida cotidiana que não se julgavam “sociologicamente relevantes”. Seus insights sobre as interações ordinárias, sobre o deslocamento dos pedestres, sobre a ocupação social dos espaços públicos, sobre a atuação dos vigaristas, mendigos, loucos, espiões, jogadores e de todos aqueles que passam cotidianamente debaixo de nossos narizes sem que prestemos atenção modificaram o pensar sociológico no mundo. Sua descrição etnográfica de um hospital para doentes mentais colaborou decisivamente para deflagrar a luta antimanicomial no mundo inteiro. Vinte e dois anos depois de sua morte, os temas e os conceitos desenvolvidos por Goffman ainda estão em pleno uso e vitalidade (GASTALDO, 2004, p. 9/10). -/- Suas três obras mais conhecidas são: A representação do eu na vida cotidiana (1959), Manicômios, prisões e conventos (1961) e Estigma: notas sobre a manipulação da identidade (1963). -/- 2. A Universidade Harvard -/- A história de Harvard começa em 1636, quando foi fundada, na cidade de Cambridge, no estado de Massachusetts, uma instituição de ensino denominada New College. Em 1639, essa instituição recebeu o nome de Harvard College, em homenagem a John Harvard, seu principal mecenas. -/- A Sociologia desenvolvida na Universidade Harvard é marcada por uma preocupação teórica e tem dois sociólogos como expoentes: Pitirim Alexandrovich Sorokin (1889-1968) e Talcott Edgar Frederick Parsons (1902-1979). Este último influenciou muito o desenvolvimento da Sociologia no mundo e no Brasil. -/- 2.1 Talcott Parsons (1902-1979) -/- Talcott Parsons nasceu no Colorado, nos Estados Unidos. Em 1924, graduou-se em Biologia e Filosofia na Faculdade Amherst. Em 1925, pós-graduou-se em Ciências Sociais na Escola de Economia de Londres, na Inglaterra, e, em seguida, doutorou-se na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. -/- Nos Estados Unidos, lecionou Economia e Sociologia na Universidade Harvard durante 45 anos (1927-1973). Em 1944, tornou-se presidente do Departamento de Sociologia, transformando-o, dois anos depois, no Departamento de Relações Sociais, a fim de unir a Sociologia a outras ciências sociais. -/- Assim como Sorokin, Parsons voltou-se para a Sociologia europeia, tendo por base as ideias de Max Weber, Vilfredo Pareto (1848-1923) e Émile Durkheim, além das do economista inglês Alfred Marshall (1842-1924). Fundamentado nesses autores, desenvolveu uma grande obra teórica, que dominaria a Sociologia estadunidense desde então. -/- Parsons é o sociólogo estadunidense mais conhecido no mundo. Em geral, seus críticos entenderam-no como um pensador conservador, preocupado basicamente com o bom ordenamento da sociedade. Seu interesse era determinar a função que os indivíduos desempenhavam na estrutura social. Entendia o indivíduo como expressão dessa estrutura, a qual devia ser mantida e preservada. Caso isso não ocorresse, deviam entrar em ação os mecanismos de controle social (moral, ética, sistema jurídico e penal etc.), como instrumentos preventivos ou corretivos. -/- Seu trabalho exerceu influência em diversos países e ambientes acadêmicos (particularmente nas décadas de 1950 a 1970), até mesmo na então União Soviética, onde, em 1964, ministrou aulas sobre a Sociologia estadunidense a convite da Academia de Ciências da União Soviética (URSS). -/- Suas principais obras foram: A estrutura da ação social (1937), O sistema social (1951), Economia e sociedade (1956, com N. Smelser), Estrutura e processo nas sociedades modernas (1960), Sociedades: perspectivas evolucionárias e comparativas (1966), Teoria sociológica e sociedade moderna (1968), Política e estrutura social (1969), Sistemas sociais e a evolução da teoria da ação (1977) e Teoria da ação e a condição humana (1978). -/- 3. A Universidade Columbia -/- A King’s College foi fundada em 1754, em Nova York, nos Estados Unidos. Quando as colônias inglesas se declararam independentes da Grã-Bretanha, a instituição passou a se chamar Universidade Columbia. A partir da última década do século XIX, essa universidade se destacaria por uma importante produção no campo da Sociologia, tendo como pioneiro Franklin Giddings (1855-1931), fundador da cadeira de Sociologia. Fortemente marcado pelo evolucionismo e pelo pragmatismo, foi um dos primeiros a usar métodos quantitativos e experi-mentais no estudo dos fenômenos sociais. -/- Dois sociólogos de Columbia merecem destaque, por serem muito conhecidos no Brasil: Robert K. Merton e Charles Wright Mills. -/- 3.1 Robert King Merton (1910-2003) -/- Merton nasceu na Filadélfia e faleceu em Nova York. Graduou-se em Sociologia na Universidade Temple e pós-graduou-se na Universidade Harvard, onde trabalhou com Pitirim Sorokin e Talcott Parsons até a defesa de seu doutorado, em 1936. -/- Em 1941 Merton transferiu-se para a Universidade Columbia, onde permaneceu durante 38 anos, até aposentar-se. Nessa universidade procurou integrar teoria à prática sociológica. Estudou o comportamento desviante e os processos de adaptação social, tendo por base pesquisas qualitativas e quantitativas do exercício profissional em ambiente de solidariedade e de conflito. Com Paul Lazarsfeld (1901-1976), desenvolveu o Departamento de Pesquisa Social Aplicada. -/- O nome de Merton está vinculado à proposta de criação de teorias de alcance médio, segundo a qual os sociólogos seriam mais úteis à sociedade se deixassem de lado as grandes teorias (criticando Parsons) e criassem outras de médio alcance. Essas teorias estariam situadas entre as hipóteses de trabalho rotineiras na pesquisa e as amplas especulações. Mediariam, dessa forma, as abstrações, generalizações e fundamentos empíricos da pesquisa. -/- Merton tinha uma visão humanista da função social da ciência, demonstrando influência clara de Max Weber. Concebia a ciência como um conjunto de conhecimentos compartilhados por todos os membros da sociedade, que deveriam julgar a credibilidade das postulações científicas de acordo com suas expectativas e valores morais. Mas as decisões acerca do fazer científico não caberiam à sociedade, e sim ao próprio cientista, sempre adequando seus valores aos da sociedade. -/- 3.2 Charles Wright Mills (1916-1962) -/- Charles Wright Mills (1916-1962) nasceu em Waco, no Texas, Estados Unidos. Mestre em Artes, Filosofia e Sociologia pela Universidade do Texas, concluiu, em 1942, seu doutorado em Sociologia e Antropologia pela Universidade de Wisconsin. Foi professor de Sociologia nas universidades de Maryland e Columbia, onde passou a lecionar em 1947 e permaneceu até a morte, em 1962. -/- Charles Mills representa uma tendência quase marginal na Sociologia dos Estados Unidos, por apresentar uma visão crítica e militante da sociedade estadunidense e da própria Sociologia. -/- Influenciado por Karl Marx e Max Weber, Mills procurou conciliar o conceito de classe social com o de status, visando esclarecer processos e mecanismos dos conflitos e das mudanças sociais. Por meio de pesquisas, tentou elucidar a complexidade de estruturas de poder, particularmente das elites (em lugar de classes dominantes), e de seu papel na mudança social, fugindo da ideia de revolução como única via para a transformação social. -/- Charles Wright Mills é conhecido principalmente por seu livro A imaginação sociológica, publicado originalmente nos Estados Unidos em 1959. Nele, o autor propõe que os sociólogos, ao exercer a profissão, não deixem a imaginação e a criatividade de lado em favor de uma pretensa objetividade e neutralidade do trabalho científico. Para Mills, os grandes intelectuais da história nunca abriram mão da reflexão e da criatividade e mantiveram uma postura crítica diante da realidade. -/- Atribuindo aos sociólogos a responsabilidade de agentes ativos na sociedade, cabendo-lhes tomar parte nos debates públicos de sua época, Mills defendia a ideia de que a Sociologia deveria ser compreensível para o grande público. Para ele, a ciência social era inseparável da vida pessoal do cientista: a intuição, a imaginação e o comprometimento com o tempo em que se vivia eram fundamentais para compreender cientificamente a sociedade. Suas obras foram publicadas em vários idiomas. Além da citada anteriormente, as mais importantes são: A nova classe média (1951), A elite do poder (1956), Sobre o artesanato intelectual (1959) e Os marxistas (1962). -/- Mills escreveu também artigos em revistas e dois livros que tiveram grande exposição na mídia dos Estados Unidos, por seu caráter polêmico: As causas da Terceira Guerra Mundial (1958), no qual discute a corrida nuclear, e A Revolução em Cuba (1960), em que analisa a fase inicial da Revolução Cubana. -/- Outros sociólogos que defendem uma postura crítica na Sociologia estadunidense, continuadores ou não de Charles Wright Mills, são Irving Louis Horowitz (1929-2012), Martin Nicolaus (1928-) e Alvin Gouldner (1920-1980). -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- BOTTOMORE, T.; et al. Dicionário do pensamento social do século XX. Trad. Eduardo Francisco Alves. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. -/- COULON, A. A Escola de Chicago. Trad. Tomás R. Bueno. 1ª ed. Campinas: Papirus, 1995. -/- CUIN, C. H.; GRESLE, F. História da Sociologia. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Ensaio, 1994. -/- DOMINGUES, J. M. A sociologia de Talcott Parsons. 1ª ed. São Paulo: Annablume, 2008. -/- GASTALDO, É. (org.); et al. Erving Goffman, desbravador do cotidiano. 1ª ed. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004. -/- NOVA, S. V. Introdução à Sociologia. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. -/- SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2016. -/- VALLADARES, L. do P. A Escola de Chicago: impacto de uma tradição no Brasil e na França. 1ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. -/- VÁRIOS, autores. O livro da sociologia. As grandes ideias de todos os tempos. Trad. Rafael Longo. 1ª ed. São Paulo: Globo, 2015. -/- SBS - Sociedade Brasileira de Sociologia PUCRS - PPG em Ciências Sociais Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon CEP: 90619-900 - Porto Alegre, RS [email protected] Emanuel Isaque Cordeiro da Silva ©2019 -/- Estimule a criatividade. Respeite os direitos autorais. (shrink)

The collapse of the Soviet Union, all hope that Eastern European communism might somehow be transformed into a more attractive, less environmentally destructive social order than the liberal democratic societies of the West has been destroyed. The description of the modern predicament by Alvin W. Gouldner has become even more poignant: "The political uniqueness of our own era then is this; we have lived and still live through a desperate political and social malaise, while at the same time (...) we have outlived the desperate revolutionary remedies that had once been thought to solve them." If this is the case, there is reason to examine the failure of the Soviet Union more closely. Was it possible that things might have worked out differently; and if so, does this provide any orientation for the present? In this paper I will show how an alternative path for Soviet society had been charted, and partly implemented, in the 1920's by the radical wing of Bolshevism, a path which made environmental conservation a central issue. And I will suggest that this is the path which holds most hope for the future. (shrink)

A remarkable event occurred at the December 3, 2004, meeting of the U. S. President’s Council on Bioethics. Council member William Hurlbut, a physician and Consulting Professor in the Program in Human Biology at Stanford University, formally unveiled a proposal that he claimed would solve the ethical problems surrounding the extraction of stem cells from human embryos. The proposal would involve the creation of genetically defective embryos that “never rise to the level of integrated organismal existence essential to be (...) designated human life with potential,” and therefore could be used as morally acceptable sources of stem cells for research and therapy. The aim of this essay is to show that Hurlbut’s proposal does not solve the ethical problems associated with human embryonic stem cell research. Two major reasons are presented. First, the proposal, which involves modification of a somatic cell nucleus, suffers from an ethical problem that is common to all types of human genetic engineering: since the procedure is not foolproof, there will be failures. In the case of the procedure Hurlbut proposes, some normal (albeit cloned) embryos will be produced. Second, the embryo engineered in the manner described is, at least in the early stages of its development, fully human despite its genetic defect. This essay also will show how a reasonable person might mistakenly view the proposal as legitimate if he or she makes the error of conflating genetic determinism with Aristotelian teleology. Finally, it will argue that ethical clarity can be achieved by seeing the embryo as a holistic entity possessing emergent properties that cannot simply be spelled out by genes. (shrink)

This essay aims to tell the story of the “altered nuclear transfer-oocyte assisted reprogramming,” or ANT-OAR, proposal—from its conception by Professor William Hurlbut of the President’s Council on Bioethics—to its adoption and promotion by a group of conservative, mostly Catholic philosophers, theologians and scientists—to its eventual demise in Congress. It also will give some reflections on how ANT-OAR promotes a genetically deterministic view of the human organism and can lead down a slippery slope into a future in which human (...) cloning and human genetic engineering are more acceptable. For these reasons, it will be argued, ANT-OAR should be opposed by all who are against human genetic modification regardless of their political orientation. (shrink)

Tarihte herhalde çok az soru Tanrı’nın varlığı sorusu kadar sık sorulmuş, çok yanıtlanmış ve verilen birbirinden farklı onca yanıta rağmen kesin bir sonuca ulaştırılamayıp tartışılmaya devam etmiştir. Yine de geçmişe dönüp baktığımızda bu soruya verilen farklı yanıtların farklı uygarlıkların inşa edilmesine, bazılarının yıkılmasına, acımasız çatışmalara ve her şeye rağmen kucaklaşmalara da vesile olduğunu görüyoruz. Tanrı var mı? Varsa onu nasıl bilebiliriz? Tanrı yoksa her şey mubah mı? İnsan aklı ilahi olanı kavrayabilir mi? Tanrı’nın varlığı ahlaklı olmanın şartı mı? Evren akıllı (...) bir tasarımcının imzasını taşıyor mu? Bu kitapta felsefeci William David Beck, bu sorulara tarihte verilen yanıtları ve bu konudaki tartışmaları ele alarak meselenin genel ve tarihsel bir tablosunu bize sunuyor. Platon, Aristoteles, Marcus Aurelius gibi Eski Yunan ve Roma düşünürlerinden Anselmus, Thomas Aquinas, Augustinus ve Yahudi-Hıristiyan geleneğine, Doğu’nun bilgelerine, İbni Rüşd, Fârâbî ve Gazzâlî gibi İslam düşünürlerinden Alvin Plantinga, Graham Oppy, Sam Harris, Richard Dawkins, Max Tegmark gibi Batılı modern ilahiyatçılara, bilim insanlarına ve Yeni Ateizm hareketine kadar uzanan bir çizgide “Tanrı var mı?” sorusuna verilen çeşitli yanıtları ve bu yanıtlara sunulan akılcı gerekçeleri ortaya koyarak soruya felsefece bir yanıt vermenin nasıl bir iş olduğunu da gösteriyor. (shrink)

Perhaps the question “What is philosophy?” can only be posed late in life, when old age has come, and with it the time to speak in concrete terms. It is a question one poses when one no longer has anything to ask for, but its consequences can be considerable. One was asking the question before, one never ceased asking it, but it was too artificial, too abstract; one expounded and dominated the question, more than being grabbed by it. There are (...) cases in which old age bestows not an eternal youth, but on the contrary a sovereign freedom, a pure necessity where one enjoys a moment of grace between life and death, and where all the parts of the machine combine to dispatch into the future a trait that traverses the ages: Turner, Monet, Matisse. The elderly Turner acquired or conquered the right to lead painting down a deserted path from which there was no return, and that was no longer distinguishable from a final question. In the same way, in philosophy, Kant’s Critique of Judgment is a work of old age, a wild work from which descendants will never cease to flow.We cannot lay claim to such a status. The time has simply come for us to ask what philosophy is. And we have never ceased to do this in the past, and we already had the response, which has not varied: philosophy is the art of forming, inventing, and fabricating concepts. But it was not only necessary for the response to take note of the question; it also had to determine a time, an occasion, the circumstances, the landscapes and personae, the conditions and unknowns of the question. One had to be able to pose the question “between friends” as a confidence or a trust, or else, faced with an enemy, as a challenge, and at the same time one had to reach that moment, between dog and wolf, when one mistrusts even the friend. Gilles Deleuze was professor of philosophy at the University of Paris VIII, Vincennes-St.-Denis, until his retirement in 1987. Among his books translated into English are the two-volume Capitalism and Schizophrenia , the two-volume Cinema , The Logic of Sense , and Expressionism in Philosophy: Spinoza . Daniel W. Smith is a doctoral candidate in philosophy at the University of Chicago. He is at work on a study of the philosophy of Deleuze, and is translating Deleuze’s Francis Bacon: Logique de la sensation. Arnold I. Davidson, executive editor of Critical Inquiry, teaches philosophy at the University of Chicago and is currently Marta Sutton Weeks Fellow at the Stanford Humanities Center. (shrink)

In 1794, Michael Wenzel Voigt, a professor of rhetoric in present-day Czechia, published the first German translation of Aristotle’s De anima. Voigt’s translation was explicitly intended to rescue Aristotle's views on the soul, and the bold strategy he adopts towards this end is to assert a direct connection between Aristotle’s doctrines and Kant’s Critical philosophy. Thus, he contends that Aristotle’s books on the soul can be read as an “appendix” or even as a “propadeutic” to Kant’s Critical works. Despite (...) Voigt’s rather hamfisted attempt to establish this connection, the conjecture at the core of his project—that a number of key Kantian claims about the mind or soul have a largely overlooked Aristotelian provenance—turns out to be correct, or so I argue in this chapter. Even so, we will see that this connection is not direct but is instead mediated by the reception of Aristotle in the late 17th and early 18th century. Moreover, it is not limited to the views Aristotle expresses in his texts on the soul but extends beyond his psychological and even metaphysical works to include views expressed in his logical and ethical thought. (shrink)

The performance of one option can entail the performance of another. For instance, baking an apple pie entails baking a pie. Now, suppose that both of these options—baking a pie and baking an apple pie—are permissible. This raises the issue of which, if either, is more fundamental than the other. Is baking a pie permissible because it’s permissible to bake an apple pie? Or is baking an apple pie permissible because it’s permissible to bake a pie? Or are they equally (...) fundamental, as they would be if they were both permissible because, say, they both accord with Kant’s categorical imperative? I defend the view that the permissibility of an option that entails another is more fundamental than the permissibility of the option that it entails. That is, I defend maximalism: the view that if an agent is permitted to perform a certain type of action (say, baking a pie), this is in virtue of the fact that she is permitted to perform some instance of this type (say, baking an apple pie), where φ-ing is an instance of ψ-ing if and only if φ-ing entails ψ-ing but not vice versa. If maximalism is correct, then, as I show, most theories of morality and rationality must be revised. (shrink)

"Over three years of study and fellowship, sixteen Muslim, Jewish, and Christian scholars sought to answer one question: “Do our three scriptures unite or divide us?” They offer their answers in this book: sixteen essays on how certain ways of reading scripture may draw us apart and other ways may draw us, together, into the source that each tradition calls peace. Reading scriptural sources in the classical and medieval traditions, the authors examine how each tradition addresses the “other” within its (...) tradition and without, how all three traditions attend to poverty as a societal and spiritual condition, and what it means to read scripture while facing the challenges of modernity. Ochs and Johnson have assembled a unique approach to inter-religious scholarship and a rare look at scriptural study as a pathway to peace. “Scriptural reasoning, the growing practice of Jews, Christians, and Muslims reading their scriptures together, makes good academic and common sense in a time of crisis. This ground-breaking book, the outcome of an imaginative 3-year experiment by the Princeton Center of Theological Inquiry, shows scholars and thinkers of the Abrahamic traditions going deeper into the traditions and into their contemporary situation. The result is something new, wise, and relevant… full of promise for the future. Where else can one find testimonies to Jews, Christians, and Muslims coming together not only in study, thinking, and wisdom-seeking but also in play, joy, and friendship?”--David F. Ford, Regius Professor of Divinity, University of Cambridge and Director, Cambridge Inter-Faith Programme". (shrink)

In this paper, we attempt to show that if Plantinga’s free will defence succeeds, his O Felix Culpa theodicy fails. For if every creaturely essence suffers from transworld depravity, then given that Jesus has a creaturely essence (as we attempt to show), it follows that Incarnation and Atonement worlds cannot be actualized by God, in which case we have anything but a felix culpa.

Abstract: Law professors offer to teach students something called “thinking like a lawyer.” They suggest thereby that legal thought is in some way unique. If it is, through what means is it acquired? By reading the law. And so reading the law must be a different experience than reading other things, as is implied by the admonition that thinking like a lawyer is somehow different than other thinking. In most law school education, reading is practiced as a means to an (...) end—to produce a description of the substance or procedure of a particular area of the law. Too often, it is only in legal research and writing courses that reading is explicitly addressed. Even there, it is most often analyzed only in its role as a counterpart to the goal of writing; of producing tangible text. But although reading is not studied on its own terms, it makes up most of the practice of learning the law and much of the practice of law. When we read in the utilitarian senses of describing substance or procedure or in order to learn to write, we omit the powerful, tacit learning that occurs with this reading—the learning of the legal worldview. This remains true in the practice of law as well, where reading maintains the acquired worldview. This article explores how that worldview seeps silently into the lives of lawyers while they are busy learning to describe and inscribe the law. While social science has much to tell us about the process of reading, we need to turn to the arts to see the worldview that is learned and perpetuated when one learns to read the law. (shrink)

Academic Placement Data and Analysis (APDA), a project funded by the American Philosophical Association (APA) and headed by Carolyn Dicey Jennings (UC Merced), aims “to make information on academic job placement useful to prospective graduate students in philosophy.” The project has just been updated to include new data, which Professor Jennings describes in a post at New APPS. She also announces a new interactive data tool with which one can sift through and sort information. (from Daily Nous).

This article presents Alvin Plantinga’s views on epistemic justification. The first part situates Plantinga’s epistemological views in the context of his epistemology of religion and debates of general epistemology. The second part discusses Plantinga’s argument that the internalism of 20th century epistemology stems from deontologism and that the views on the epistemic justification of analytic philosophers reflect the relationship between classical deontologism and classical internalism. The last part points to the objections with which the Plantinga’s conception met and tries (...) to balance the depth and weakness of its position. (shrink)

Arthur Kaufmann is one of the most prominent figures among the contemporary philosophers of law in German speaking countries. For many years he was a director of the Institute of Philosophy of Law and Computer Sciences for Law at the University in Munich. Presently, he is a retired professor of this university. Rare in the contemporary legal thought, Arthur Kaufmann's philosophy of law is one with the highest ambitions — it aspires to pinpoint the ultimate foundations of law by (...) explicitly proposing an ontology, a general theory of knowledge and concept of a person. Kaufmann's work derives, first of all, from the thinking of Gustav Radburch, his teacher, and then from ideas of Karl Engish and Hans-Georg Gadamer. The philosophy undertakes to pursue the ultimate foundation of law, law which is understood by Kaufmann, first of all, as a "concrete judgement" that is, what is right in a concrete situation. Justice belongs to the essence of law and "unjust law" is contradictio in adiectio. Kaufmann opposes all those theories, which as the only foundation for establishing just law (Recht) adopt legal norms (Gesetz). In Kaufmann's opinion , such theories are powerless in the face of all types of distortions of law rendered by political forces. He suggests that the basic phenomenon which needs to be explained and which cannot be disregarded by a philosopher of law is so-called "legal lawlessness" ("Gestzliches Unrecht"). "Legal lawlessness" which forms a part of life experience for the people of twentieth century totalitarian states. It proved "with the accuracy of scientific experiment" that the reality of law consists of something more than bare conformity with legal norms. The existence of lex corrupta indicates that law contains something "non-dispositive" which requires acknowledgment of both law-maker and judge. Kaufmann, accepting the convergent concept of truth and cognition, assumes that "non-dispositive" content, emerging as the conformity of a number of cognitive acts of different subjects (inter-subjective communicativeness and verifiability), indicates the presence of being in this cognition. The questions "What is law?" and "What are the principles of a just solution?" lead straight to the ontology of law, to the question about the ontological foundations of law. Kaufmann discerns the ontological foundations of law in the specifically understood "nature of things" and, ultimately, in a "person". He proposes a procedural theory of justice, founded on a "person". In my work, I undertake to reconstruct the train of thought which led Kaufmann to the recognition of a "person" as the ontological foundation of law. In the first part, the conception of philosophy adopted by Kaufmann, initial characteristics of law — of reality which is the subject of analysis, as well as, the requirements for proper philosophical explanation of law posed by Kaufmann are introduced. In the second, Kaufmann's reconstruction of the process of the realisation of law is presented. Next, the conception of analogy which Kaufmann uses when explaining law is analyzed. In the fourth part, Kaufmann's conception of ontological foundations of law is discussed. A critical analysis is carried out in which I demonstrate that the theory of the ontological foundation of law proposed by Kaufmann and the concept of a person included in it do not allow a satisfac¬tory explanation of the phenomenon of "legal lawlessness" and lead to a number of difficulties in the philosophical explanation of law. Finally, the perspectives of a proper formulation of the issue of the ontological foundations of law are drafted in the context of the analyzed theory. My interest is centered on the conception of philosophy adopted by Kaufmann, according to which the existence of the reality is inferred on the basis of a certain configuration of the content of consciousness, whereas at the point of departure of philosophy of law, the data to be explained is a certain process, which is, basically, a process of cognition, while the reality appears only as a condition for the possibility of the occurrence of the process. I wish to argue that the difficulties which appear in the explanation of law are a consequence of the assumed fundamental philosophical solu¬tions, which seem to be characteristic, though usually not assumed explicitly, in philoso¬phy and theory of law dominant at present in continental Europe. Thereby, I wish to show the significance of ontological and epistemological solutions to the possibility of a proper formulation of the problems posed by philosophy and theory of law. Kaufmann proclaims himself in favour of a philosophy which poses questions about the ultimate foundations of understanding of the reality. In epistemology, he assumes that answers to the questions "What is reality like?" and ultimately "What is real?" are inferred on the basis of uniformity of a cognitive acts of different subjects. Cognition of the reality is accomplished exclusively through the content of conceptual material. The two fundamental questions posed by philosophy of law are "What is just law?" and "How is the just law enacted?" The latter is a question about the process of achieving a solution to a concrete case. Since, in Kaufmann's opinion, law does not exist apart from the process of its realisation, an answer to the question about the manner of realisation of law is of fundamental significance to answering the question: "What is law?" and to the explanation of the question about the ontological grounding of law, which is, as well, the foundation of justice. The proper solution has to take into account the moment of "non-dispositive" content of law; its positiveness understood as the reality and, at the same time, it has to point to the principles of the historical transformation of the content. Law, in the primary meaning of the word, always pertains, in Kaufmann's opinion, to a concrete case. A legal norm is solely the "possibility" of law and the entirely real law is ipsa res iusta, that which is just in a given situation. Determination of what is just takes place in a certain type of process performed by a judge (or by man confronted with a choice). Kaufmann aims to reconstruct this process. A question about the ontological foundation of law is a question about the ontological foundations of this process. In the analyzed theory it is formulated as a question about the transcendental conditions, necessary for the possibility of the occurrence of the process: how the reality should be thought to make possible the reconstructed process of the realisation of law. Kaufmann rejects the model for finding a concrete solution based on simple subsump¬tion and proposes a model in which concrete law ensues, based on inference by analogy, through the process of "bringing to conformity" that which is normative with that which is factual. Kaufmann distinguishes three levels in the process of the realisation of law. On the highest level, there are the fundamental legal principles, on the second legal norms, on the third — concrete solutions. The fundamental principles of law are general inasmuch as they cannot be "applied" directly to concrete conditions of life, however, they play an important part in establishing norms. A judge encounters a concrete situation and a system of legal norms. A life situation and norms are situated on inherently different levels of factuality and normativeness. In order to acquire a definite law both a norm (system of norms) and a life situation (Lebenssachverhalt) should undergo a kind of "treatment" which would allow a mutual conformity to be brought to them. Legal norms and definite conditions of life come together in the process of analogical inference in which the "factual state" ("Tatbestand") — which represents a norm, and in the "state of things" ("Sachverhalt") — which represents a specific situation are constructed. A "factual state" is a sense interpreted from a norm with respect to specific conditions of life. The "state of things" is a sense constructed on the basis of concrete conditions of life with respect to norms (system of norms). Legal norms and concrete conditions of life meet in one common sense established during the process of realisation of law. Mutatis mutandis the same refers to the process of composition of legal norms: as the acquisition of concrete law consists in a mutual "synchronization" of norms and concrete conditions of life, so acquisition of legal norms consists of bringing to conformity fundamental principles and possible conditions of life. According to Kaufmann, both of these processes are based on inference through analogy. As this inference is the heart of these processes it is simultaneously a foundation finding just law and justice. How does Kaufmann understand such an inference? As the basis for all justice he assumes a specifically interpreted distributive justice grounded on proportionality. Equality of relations is required between life conditions and their normative qualification. Concrete conditions of life are ascribed normative qualification not through simple application of a general norm. More likely, when we look for a solution we go from one concrete normative qualified case to another, through already known "applications" of norms to a new "application". The relation between life conditions and their normative qualifica¬tion has to be proportional to other, earlier or possible (thought of) assignments of that which is factual to that which is normative. Law as a whole does not consist of a set of norms, but only of a unity of relations. Since law is a, based on proportion, relative unity of a norm and conditions of life, in order to explain law in philosophical manner, the question about ontological base of this unity has to be asked. What is it that makes the relation between a norm and conditions of life "non-dispositive"? What is the basis for such an interpretation of a norm and case which makes it possible to bring a norm and conditions of life into mutual "conformity"? This is a question about a third thing (next to norms and conditions of life), with respect to which the relative identity between a norm and conditions of life occurs, about the intermediary between that which is normative and that which is factual and which provides for the process of establishing of norms, as well as, finding solutions. It is the "sense" in which the idea of law or legal norm and conditions of life have to be identical to be brought to mutual "conformity". In Kaufmann's opinion such a sense is nothing else but the "nature of things" which determines the normative qualification of the reality. Since establishment of this "sense" appears to be "non-dispositive" and controlled inter-subjectively (namely, other subjects will reach a similar result) so, in conformity with the convergent concept of truth, the "nature of things" must be assigned a certain ontological status. According to Kaufmann this is a real relation which occurs between being and obligation, between the conditions of life and normative quality. However, it should be underlined that from the point of view of the analyzed system the "nature of things" is a correlate of constructed sense, a result of a construction which is based on the principle of consistent understanding of senses ("non-normative" and "normative") and is not a reality which is transcendent against the arrangement of senses. In Kaufmann's theory, inference from analogy appears to be a process of reshaping the concepts (senses) governed by tendency to understand the contents appearing in relations between that which is factual and that which is normative in a consistent way. The analogical structure of language (concepts) and recognition of being as composed of an essence and existence is an indispensable requirement for the possibility of the realisation of law, based on specifically understood inference from analogy. It is necessary to assume a moment of existence without content which ensures unity of cognition. Existence emerges thus as a condition of the possibility of cognition. According to Kaufmann, the "nature of things" is the heart of inference through analogy and the basis for establishment of finding of law. Inference from the "state of things" to a norm or from a norm to the "state of things" always means inference through the "nature of things". The "nature of things" is the proper medium of objective legal sense sought in every cognition of law. In Kaufmann's view, the question whether the "nature of things" is ultima ratio of interpretation of law or is only a means of supplement gaps in law or whether it is one of the sources of law, is posed wrongly. The "nature of things" serves neither to supplement the gaps nor is it a source of law as, for example, a legal norm may be. It is a certain kind of "catalyst" necessary in every act of making law and solving a concrete case. Owing to "nature of things" it is possible to bring to a mutual conformity the idea of law and possible conditions of life or legal norms and concrete conditions of life. In Kaufmann's conception the "nature of things" is not yet the ultimate basis for understanding the "non-dispositiveness" of law. The relation between obligation and being is determined in the process of the realisation of law. Both the process itself and that which is transformed in this process are given. A question about the ontological bases of "material" contents undergoing "treatment" in the process of the realisation of law and about being which is the basis of regularity of the occurrence of the process arises. Only this will allow an explanation that the result of the process is not optional. Thus, a question about reality to which law refers and about the subject realising the law has to be formed. To this, Kaufmann gives the following answer: that which is missing is man but not "empirical man" but man as a "person". A "person" understood as a set of relations between man and other people and things. A "person" is the intermediary between those things which are different — norm and case are brought to conformity. A "person" is that which is given and permanent in the process of the realisation of law. It determines the content of law, is "subject" of law; this aspect is described by Kaufmann as the "what" of the process of realisation of law. A "person" consists of precisely just these relations which undergo "treatment" in the process. On the other hand, a "person" is "a place" in which the processes of realisation of law occur, it is the "how" of normative discourse, a "person" is that which determines the procedure of the process, being "outside" of it. This aspect of a "person" is connected with the formal moment of law. A "person" being, at the same time, the "how" and the "what" of the process of the realisation of law, is also, to put it differently, a structural unity of relation and that which constitutes this relation (unity of relatio and relata). According to this approach a "person" is neither an object nor a subject. It exists only "in between". It is not substance. Law is the relation between being and obligation. That which is obligatory is connected with that which is general. That which is general does not exist on its own, it is not completely real. Accordingly, a "person" as such is also not real. It is relational, dynamic and historical. A "person" is not a state but an event. In Kaufmann's opinion, such a concept of a "person" helps to avoid the difficulties connected with the fungibility of law in classical legal positivism. A "person" is that which is given, which is not at free disposal and secures the moment of "non-dispositiveness" of law. Kaufmann concludes: "The idea (»nature«) of law is either the idea of a personal man or is nothing". Theory points at the structure of realising law and explains the process of adoption of general legal norms for a concrete situation. The analysis has shown however, that in this theory a satisfactory answer to the question about the ultimate foundations of law is not given. It seems that in the analyzed theory the understanding of human being takes place through understanding of law. What is good for man as a "person", what is just, what a "person" deserves may be determined only against the existing system of law. A "per¬son" adopted as a basis of law is the reality postulated in the analysis of the process of the realisation of law. It is a condition of possibility of this process ( explaining, on one hand, its unity and, on the other hand, the non-dispositive moments stated in this process). A "person" in the discussed theory is entirely defined by the structure of law, it can be nothing more than that which is given in law, what law refers to, what law is about. Being, which is a "person", is constituted by relations between people and objects, the relations which are based on fundamental links between norms and conditions of life established in a process of bringing them to conformity. It has to be assumed that man as a "person" is a subject of law only as far as realising law "treats" given senses according to their current configuration. The system of law is a starting point and it describes in content what man is as a "person". Moreover, being a "person" is the condition for entering legal relations. Consistently, Kaufmann writes that "empirical man" is not the subject of law, man is not "out of nature" a "person". People become "persons" due to the fact that they acknowledge each other as "persons" — acknowledging, at the same time, law. This acknowledgement is a con¬dition of existence, of the possibility of the occurrence of process of realisation of law and of constituting legal relations which ultimately constitute a "person". Kaufmann assumes, that law tends towards a moral aim: it may and must create an external freedom, without which the internal freedom to fulfil moral obligations cannot develop. However, this postulate is not based on the necessary structure of human being. From the point of view of his system, it is nothing more than only a condition for the possibility of the occurrence of the process of the realisation of law — lack of freedom would destroy the "how" of this process. Thus, the postulate to protect the freedom of personal acts has to be interpreted, in accordance with the analyzed theory, as a postulate, the fulfilment of which aims ultimately at the accomplishment of the very same process of realisation of law itself and not the realisation of a given man. Kaufmann considers a "person" to be an element which unites the system of law as a whole. Law is a structure of relations, which are interdependent and inter-contingent. Consequently, a "person" which is to form the ontological basis of law has to be entity consisting of all relations. Being also the "how" of the process of realisation of law, if a "person" is to warrant its unity, it has to be a common source for all procedures. Hence, a single "person" would constitute a subject of law. Man appears to be only a moment of a certain entirety, realisation of which should be an aim of his actions. Law, creating a "person" as an object and subject of law becomes a primary entity. In the analyzed theory, the basis for determination of aims which law sets to man is not the allocation of man-subject to something which improves him but rather, such relation is only just constituted by law. A question appears, why should aims set in law also be the aims of "empirical man"? Why is this "empirical man" to be punished in the name of a "person" understood in such a way? If, however, it is assumed that what is man is determined by a system which is superior to him, then man has to be understood only as a part of a whole and there are no grounds to prohibit istrumental treatment of man and so the road to all aspects of totalitarianism might be opened. A problem of the application of created theory to the reality arises, the reality which the theory pretends to explain. Ultimately in his theory Kaufmann does not give any systemic grounds for a radical questioning of the validity of any legal norms. Every new norm becomes an equal part of system of norms. It is only its interpretation and application to given conditions of life that may be disputable, however, this refers to all norms without exception. Cohesive inter-pretation of norms and applications is necessary and sufficient for the acquisition of just law. New norms have to be interpreted in the light of others, correspondingly, the other norms require reinterpretation in the light of the new ones. Contradiction in interpretation of a norm does not form a basis for questioning norms but may serve only to question the manner of their interpretation (understanding). Therefore, no grounds exist to assume any legal norm as criminal or unjust, and in consequence, to question any consistently realised system based on formally, properly established norms, as "legal lawlessness". As law and a "person" do not exist without the process of realisation of law, the role of legal safety becomes crucial as the condition for the possibility of the occurrence of the process of realisation of law. Denying legal safety would be tantamount to negation of law in general (also of moral law) as negation of safety takes away, at the same time, the basis for occurrence of the process of realisation of law. Moreover, any lack of legal safety would also mean lack of a basis for the existence of man as a "person". Kaufmann's thesis, that civil disobedience is legalized only when it has a chance to lead to success, consistent with his concept of the foundations of law, seems to point directly to conclusions which deny the facts taken under consideration and doubtlessly Kaufmann's own intentions, since it would have to be assumed that accordingly there are no grounds to question a legal system in force based on violence which secures its operation. Force finally seems to determine which one of the mutually irreconcilable normative systems constitute law and which does not. A legitimate position is one which leads to success, it is the weaker system which is negated. If so, then basically violent imposition of law is not an act directed against the law in force but, to the contrary, realisation of law. In the context of the new system the former system of law may be talked about as unjust solely in the sense of being incapable of being consistently united with the new. However, at the base, ultimately, lies force which reaffirms differences and excludes from the process of realisation of law certain norms and their interpretations. Kaufmann was aiming at grounding of that which is "non-dispositive" in a certain given framework of interpretation. Nevertheless, he does not provide foundations for the understanding of phenomena, which he undertakes to explain at a point of departure. Instead of explaining them the theory negates the possibility of their existence. The reality postulated in regard to "non-dispositive" moments of the reconstructed process of acquiring law consist of a specifically understood "person", which appears in Kaufmann's conceptions as a condition of the possibility of the realisation of law. According to this approach understanding of a "person" may be only a function of law. To understand "legal lawlessness" and foundations of justice it is necessary to look for such theory of law in which understanding of man as a "person" and being is not a function of understanding of law (in which a "person" is not only a condition for possibility of reconstructed process of realisation of law; for possibility of cognition processes). It seems necessary to start from theory of being and a "person" based on broader experience than the one assumed by Kaufmann and reconstruct the ontological foundations of the process of realisation of law only in such perspective. Kaufmann points out that that to which law refers is ipsa res iusta a concrete relation of man to other people and things. This relation, in his theory, appears to be basically only just constituted by law (normative senses "applied" to conditions of life). Therefore, understanding the relation between a given man and other people and things which constitute the aim of his actions, that is understanding of good, is enacted against the background of constitution of senses; constitution which is a result of a process aiming towards consistent understanding of particular contents (of nor¬mative and non-normative senses). "Being" is secondary towards constructed senses it is only their correlate. The primary relation consists of relation of a man to law (system of norms), while the secondary relation is one of man to something which is the aim of his action (relation between man and good). Considering such approach it is difficult to envision a satisfying answer to the fundamental question: why does law put concrete man under any obligation to obey it? The source of this problem can be seen in reduction of the base for understanding good to content of obligation formulated in auto-reflection. Such reduction seems to be a consequence of Kaufmann's adoption of "convergent concept of truth" and in con¬sequence his recognition of indirect, essentialistic grasp of reality formulated in concepts as the basic and only foundation of theory of being and of law. In view of such an approach, analogy of law, concepts and being is the condition for the possibility of the process of transformation of senses which aims at consistent interpretation of all law. Existence is postulated with respect to the possibility of unity of experience and cognition. However, also a different approach to understanding of the problem of being and good is possible. In spontaneous cognition being is affirmed, first of all, not as a certain, non-contradictory, determined content, but as something existing. Together with a cer¬tain content (passed indirectly through notions) existence of being is co-given. The basis for unity of being is not formed by the consistence of content, as it is in the case of the theories departing from the analysis of cognition processes, but by an act of existence realising content (essence). Such an approach makes it also possible to go beyond the convergent concept of truth. It is worth mentioning that allocation of an agent to good is realised not only by the content of duty. A statement that something is good is primary with respect to determination of this good in content. The recognised good always bears some content, however, there are no reasons to base the concept of good exclusively on indirect, formulated in concepts cognition. As primary, can be adopted the relation of man to good and not of man to law. Determination in content appears to be only an articulation of aspectual cognition of being, as an object of action. In such a case the basis for relative unity of norm and conditions of life is not the "nature of things" understood as correlate of sense but it is relation to good based on internal constitution of man as potential, not self-sufficient being. It does not mean, that the moments of the process of realisation of law singled out by Kaufmann are not important to determination of what is just. He, quite rightly, points to significant role played by norms in the evaluation of concrete situations, in man's search for closer specification in content of good innate to him. The structure of process of determining law for a concrete situation, to a great degree corresponds to the processes of determining law which take place not only in the legal sciences. Kaufmann's analyses of the process of realisation of law show the complexity of the structure of these processes and point towards important moments allowing a better understanding of law and man. Nevertheless, these analyses cannot be a basis for construction of philosophical theory of law, theory which hopes to point out the ultimate, ontological foundations for understanding law. Kaufmann's results may become fully valid only in a more general perspective including broader experience at the point of departure. (shrink)

[Democratization in sub-Saharan Africa: West African political thought perspective]. Krzysztof Trzcinski's book deals with democratization as one of the leading themes in contemporary West African political thought. The process of establishing democracy in sub-Saharan African countries is extremely complex. African politicians often resort to democratic procedures only during elections. After winning them, they often limit freedom of opposition, media, and civil society organizations. By deriving numerous benefits from being in power, they are not willing to give up power once gained. (...) Sometimes, in countries perceived as young democracies, authoritarian rule is restored. These and other meanders of the development of democratic structures in Africa are difficult to understand for "outside" observers. African political thinkers attempt to explain them. Disappointed with authoritarianism, which has not provided security or prosperity to post-colonial African societies, they see a chance to achieve these values in a democratic environment. In their opinion, however, democracy for Africa cannot be a simple copy of the western model of majority rule and have to be tailored, taking into account the multi-ethnic specificity of the region's countries. African authors of political thought diagnose the problems of the democratization process and propose institutional recipes for healing it. Krzysztof Trzcinski consistently analyzes the concepts they created and formulates original and essential conclusions (by Professor Michał Tymowski). (shrink)

Paper reconstructs three different accounts of the rationality of religious belief that we found in Plantinga's epistemology of theistic and religious belief. Taken into account are works (papers and books) from GAOM to first two books about a warrant. In the end, the article formulates some questions about rationality and evaluation of the importance of property of rationality of religious belief concerning other positive epistemic statuses.

The paper concentrates on how the acceptance of radical naturalism in Quine’s theory of meaning escorts Quine to ponder the naturalized epistemology. W.V. Quine was fascinated by the evidential acquisition of scientific knowledge, and language as a vehicle of knowledge plays a significant role in his regimented naturalistic theory anchored in the scientific framework. My point is that there is an interesting shift from epistemology to language (semantic externalism). The rejection of the mentalist approach on meaning vindicates external that somehow (...) pave the way for ‘semantic holism’, a thesis where the meaning of a sentence is defined in turns to the totality of nodes and paths of its semantic networks where the meaning of linguistic units depend upon the meaning of the entire language. I would like to relook on Quine’s heart-throbbing claim about the co-extensiveness of the sentential relation and the evidential relation that point towards an affirmation of meaning holism and semantic externalism. Besides, the knowledge of acquaintance that relinquishes the singular thought from the account of psychological consideration and self-knowledge hypothesis copes up with the testimonial and warrant knowledge entangling by the claims of social knowledge as anticipated by Alvin Goldman. My conclusion would be nearer to the stance of semantic externalism inculcated by the social knowledge (in an epistemic sense) and semantic holism. (shrink)

O ensino de filosofia seguiu uma rota tortuosa desde a colônia até os tempos atuais. O breve histórico desse percurso tem o objetivo de reafirmar a necessidade dessa disciplina no currículo escolar, sobretudo porque sempre há aqueles que a consideram de pouca importância. No entanto, em um mundo cada vez mais pragmático, a formação exclusivamente técnica de nossos jovens dificulta o processo de conscientização crítica, além de desprezar a herança de uma sabedoria milenar. Os primeiros tempos No Brasil, desde o (...) século XVI, o ensino de filosofia fazia parte do chamado curso de artes oferecido pelos jesuítas aos filhos de colonos que concluíam o primeiro nível de letras humanas. É bem verdade que apenas alguns colégios dispunham desse curso, voltado exclusivamente para a elite colonial portuguesa. A base do ensino de filosofia era a tradição escolástica, e, mesmo durante os séculos seguintes, não houve interesse em abordar as conquistas das ciências modernas, já vigentes desde o século XVII, na perspectiva de Francis Bacon e das descobertas de Galileu Galilei. Do mesmo modo, não eram ensinadas as teorias de René Descartes e John Locke. Inspirado nos ideais da Contrarreforma, o ensino jesuítico reafirmava a autoridade da Igreja e dos clássicos, com o controle sobre as informações a que os alunos teriam acesso. No século XVIII, os fundamentos aristotélico-tomistas perduraram, com raras exceções, apesar de o marquês de Pombal ter expulsado os jesuítas. O próprio Pombal permitiu a divulgação de algumas dessas obras "esclarecidas", mas cuidou de elencar uma lista das proibidas. Contrariando o controle, as novas ideias circulavam no Brasil por meio de estudantes formados pela Universidade de Coimbra e também pela venda clandestina de panfletos e cópias manuscritas. Desse modo, nas aulas régias, instituídas por Pombal para substituir as escolas dos jesuítas, no geral foi mantida a educação elitista, livresca, desfocada da realidade brasileira durante o império e a república. Apesar do controle, havia exceções, nas poucas vezes em que intelectuais, professores e conhecedores de bibliografia atualizada ensinavam disciplinas como ciências modernas, filosofia e matemática. Algumas congregações religiosas, como a dos franciscanos, também se interessavam pelas contribuições científicas e filosóficas de seu tempo. Ensino de filosofia: entre facultativa e obrigatória A partir do século XIX, predominou um vaivém entre a filosofia como disciplina obrigatória ou facultativa. Com a criação de cursos jurídicos no Brasil, na década de 1820 - em São Paulo e Recife -, a filosofia tornou-se disciplina obrigatória do ensino médio, como pré- requisito para o ingresso ao curso superior, reforçando o caráter propedêutico daquele curso. Em 1915, uma reforma de ensino tornou a filosofia disciplina facultativa, mas o ministro Francisco Campos tentou reverter esse quadro em 1932, tornando-a novamente obrigatória. Conhecido pela atuação no movimento da Escola Nova, Campos aliou seus esforços aos de figuras importantes da pedagogia brasileira, como o sociólogo Fernando de Azevedo e o filósofo e educador Anísio Teixeira. A tendência escolanovista era renovadora e se fazia necessária diante da situação econômica do Brasil. Com o início da industrialização, surgia a necessidade de melhorar a escolarização, sobretudo para os segmentos urbanos. Francisco Campos introduziu as disciplinas de lógica, sociologia e história da filosofia no currículo escolar. Com a Reforma Capanema, em 19142, o ensino secundário dividiu-se em ginasial e colegial. Este último foi subdividido em científico, com ênfase no estudo de ciências, e clássico, que privilegiava a formação em humanidades. Nesse contexto, a filosofia se constituiu como disciplina obrigatória em um dos três anos do científico e em dois anos do curso clássico, com proposta de programa bastante extenso. No entanto, uma sequência de portarias reduziu gradativamente o número de horas-aula da disciplina, por fim, restrita ao último ano do colegial. Em 1961, foi promulgada a nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBJ, a Lei n. 4.024, ocasião em que o ensino de filosofia perdeu a obrigatoriedade. Período da ditadura militar Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), as aulas de filosofia foram extintas pela Lei n. 5.692, de 1971. Essa lei reformou o então chamado ensino de 1º e 2º graus e introduziu o ensino profissionalizante, de acordo com a tendência tecnicista proposta pelos acordos entre militares e tecnocratas. Um dos objetivos era adequar a educação às exigências da sociedade industrial e tecnológica, com economia de tempo, esforços e custos. A educação tecnicista encontrava-se imbuída dos ideais de racionalidade, organização, objetividade, eficiência e produtividade, como se fosse uma empresa: esperava-se que, ao terminar cada um dos níveis, o aluno estivesse capacitado para ingressar no mercado como força de trabalho, caso necessário. Para implantar o projeto de educação proposto, o governo militar não revogou a LDB de 1961, mas introduziu alterações e fez atualizações. Enquanto a aprovação da LDB resultara de amplo debate na sociedade civil, o governo autoritário regulamentou as leis do ensino universitário (Lei n. 5.540/1968) e do ensino de 1º e 2º graus (Lei n. 5.692/1971) de maneira impositiva. Diversos acordos, conhecidos como MEC-Usaid (Ministério da Educação e Cultura e United States Agency for International Development), ofereceram assistência técnica e cooperação financeira para implantar a reforma. A habilitação profissional constituiu-se em um emaranhado de "ofertas" que chegavam a 130 habilitações profissionais distribuídas conforme os cursos e as regiões do país. Algumas disciplinas desapareceram, como a de filosofia, e outras foram aglutinadas. Por sua vez, a inclusão de Moral e Cívica no primeiro nível e de Organização Social e Política no segundo exerceu a clara intenção de doutrinamento político. Há controvérsias em torno da extinção da filosofia do currículo escolar. Para alguns, a extinção revelava a intenção explícita dos governos militares de evitarem o desenvolvimento do pensamento crítico. Outros analisam de modo diferente, alegando que, com raríssimas exceções, o ensino da filosofia reduzia-se à história da filosofia, com ênfase na memorização, não representando, portanto, nenhuma ameaça ao regime de exceção, por desempenhar papel submisso e nada subversivo. Além disso, de acordo com o viés tecnicista da reforma, havia necessidade de mais espaço para incluir disciplinas voltadas para a habilitação profissional. Já nas universidades, era possível notar o crescente desprestígio da filosofia, tendo ocorrido perseguição a professores, muitos deles exilados. Todavia, o propósito de formar profissionais, conforme propunha a nova lei, não se concretizou. A escola pública se fragilizou ainda mais, enquanto algumas boas escolas da rede particular encontraram meios de contornar a lei e oferecer um ensino de qualidade com os mesmos conteúdos que visavam desenvolver o espírito crítico e, portanto, a capacidade de seus alunos pensarem por si mesmos. Em 1982, no clima da abertura democrática, a Lei n. 7.01-114 permitiu a reinserção da filosofia no currículo como optativa, a critério do estabelecimento de ensino. Nada foi conseguido sem esforço, mas com trabalho intenso e pressão da sociedade civil. Associações especialmente criadas para esse fim aglutinaram professores de cursos secundários e superiores para promoverem encontros, movimentos de protesto e contatos com autoridades governamentais, no esforço conjunto para alcançar aquele objetivo. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n. 9.394/1996 Após a aprovação da Constituição brasileira de 1988, restava elaborar a lei complementar para tratar das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A primeira LDB, de 1961, levara muito tempo para ser aprovada e ofereceu no final um texto já envelhecido. Devido a esse fato, havia interesse em acelerar a regulamentação da nova LDB, o que ocorreu em dezembro de 1996, com a publicação da Lei n. 9.394. O primeiro projeto da nova LDB baseou-se em amplo debate, não só na Câmara, mas também na sociedade civil, além de várias entidades sindicais, científicas, estudantis e segmentos organizados da educação. O projeto original exigiu do relator Jorge Hage importante trabalho de finalização, já que a nova lei não resultaria de exclusiva iniciativa do Executivo, e sim do debate democrático da comunidade educacional. No entanto, com apoio do governo e do ministro da Educação, o senador Darcy Ribeiro apresentou outro projeto que começara a ser discutido paralelamente e que terminou por ser aprovado. Como ficou a situação do ensino de filosofia? Apesar do movimento consistente que continuava defendendo o retorno da filosofia ao ensino médio, foi grande a decepção. Vejamos por quê. Ao estabelecer as finalidades da educação básica e as diretrizes dos conteúdos curriculares, essa lei destacava a importância da formação para o exercício da cidadania, a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos e de respeito ao bem comum e à ordem democrática. Foi recomendado também o aprimoramento do educando como pessoa humana, por meio de formação ética e desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Conforme a LDB sob Lei 9.394/98: Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III – orientação para o trabalho; IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não- formais. Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Por fim, ficou claro no artigo 36, parágrafo 1º, inciso III (revogado pela Lei n. 11.684, de 2008), que os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação deveriam ser organizados de tal maneira que ao final do ensino médio o educando demonstrasse "domínio dos conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários ao exercício da cidadania". Embora a educação para a cidadania constituísse um objetivo visado por qualquer disciplina, com mais razão o professor de filosofia teria condições de abordá-la explicitamente, não só por tomá-la como um de seus conteúdos, mas principalmente pelo seu caráter problematizador e argumentativo, próprio da filosofia. Portanto, seria válido supor que o artigo 36 definisse a reinserção da filosofia no currículo, ministrada por profissional formado na área, o que de fato não se concretizou, e o ensino de filosofia permaneceu como não obrigatório. Posteriormente, conforme a Resolução CEB n. 3/1998, "as propostas pedagógicas das escolas deverão assegurar o tratamento interdisciplinar e contextualizado para os conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários ao exercício da cidadania" (artigo 10, parágrafo 2º, alínea b]. Ou seja, professores de outras disciplinas seriam responsáveis por esses "temas transversais", orientação que prevaleceu nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Um pouco antes, em 1997, dando continuidade a anseios de educadores, o deputado federal Padre Roque Zimmermann apresentara projeto de lei para tornar obrigatório o ensino de filosofia e sociologia no currículo do ensino médio. Após sua aprovação no Senado, em 2001, o projeto foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Finalmente, em 2008, o artigo 36 da LDB sofreu alteração, tornando obrigatório o ensino de filosofia e de sociologia no currículo do ensino médio, por meio da Lei n. 11.684/2008. Na sequência da aprovação, continua em andamento a implantação desse projeto de ensino. Esperamos que o espaço conquistado não venha a sofrer mais tarde nova retração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016. BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Ciências humanas e suas tecnologias. In: Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2006. ______________________________________. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Biblioteca do Senado. Acesso em: 11 Jun. 2019. ______________________________________. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: Bases Legais. Brasília: MEC, 1999. ______________________________________. Resolução CEB n° 3 de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 1998. Disponível em: Resolução CEB n° 3 de 1998. Acesso em: 11 Jun. 2019. KOHAN, W. O. (Org.). Políticas do ensino de filosofia. Rio de Janeiro: DP6A, 2014. (shrink)

This book focuses on issues in epistemology, semantics and logic with Quine’s views always setting the themes, even if Quine does not always remain quite at center stage. Gochet, Professor at Liège and Secretary to the Editorial Board of Logique et Analyse is a prominent of Quine’s views in Europe. The author does not aim to take up the whole of Quine’s philosophy here. Rather, the aim is to “focus on a few central themes...and to treat them thoroughly.” Continental (...) Europe not only recognizes Quine’s importance, then, but it is prepared to talk back: a point which has become increasingly evident in the wake of several recent works on Quine by W.K. Essler (1975), J. Largeault (1980) and Henri Lauener (1982). Gochet has made an earlier contribution to this in the form of his Quine en Perspective (1978) and its German translation (1984). But the present volume is not a further translation of the earlier work. Rather, the author “tried to avoid overlap.”. (shrink)

According to what has long been the dominant school of thought in analytic meta-ontology––defended not only by W. V. O. Quine, but also by Bertrand Russell, Alvin Plantinga, Peter van Inwagen, and many others––the meaning of ‘there is’ is identical to the meaning of ‘there exists.’ The most (in)famous aberration from this view is advanced by Alexius Meinong, whose ontological picture has endured extensive criticism (and borderline abuse) from several subscribers to the majority view. Meinong denies the identity of (...) being and existence. That is, he denies that ‘there is’ and ‘there exists’ are semantically equivalent, and espouses a theory according to which there are things that do not exist. Here I defend a revised version of this view, which I call “Noncontradictory Neo-Meinongianism.” Focusing primarily on van Inwagen’s arguments in “Meta-Ontology” (1998), I argue that Noncontradictory Neo-Meinongianism is, on commonsensical grounds, preferable to the meta-ontological theories of van Inwagen and Meinong. (shrink)

RESUMO O presente trabalho mostra as atividades realizadas do período de 01 de julho a 01 de novembro na JRM Agropecuária. As atividades foram desenvolvidas na área de bovinocultura de leite, este trabalho foi desenvolvido sob orientação do professor mestre Rodrigo Dorneles Tortorella e supervisão do médico veterinário André Ricardo, em conjunto com o médico veterinário Breno. Durante o período de estágio foi acompanhado as atividades realizadas no setor de manejo, reprodução, bezerreiro e recria da fazenda, além de acompanhar (...) as consultorias quinzenais realizadas pelos médicos veterinários. Este trabalho é composto pela descrição de estágio, referencial bibliográfico e relato de caso. O manejo reprodutivo pode trazer muito impactos econômicos se não for realizado de forma adequado, para trazer melhores resultados biotécnicas da reprodução foram criadas, como por exemplo a inseminação artificial, juntamente com ela, protocolos de inseminação são usados, para isso é necessário conhecer a anatomia do animal e a fisiologia do ciclo estral, trazendo então melhores resultados adequando a necessidade da propriedade. O relato de caso consiste na avaliação da taxa de concepção ao primeiro serviço de vacas leiteiras primíparas e multíparas no pós-parto em anestro, submetidas a uma pré-sincronização anterior a um protocolo de IATF, o qual obteve resultado e a maioria dos animais responderam a pré-sincronização, e as taxas de concepção foram superiores comparadas apenas a utilização de IATF, obtendo 37% de animais gestantes ao primeiro serviço. Palavras-chave: Anestro; Bovinos; Concepção; Pré-Sincronização. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Í.C.; SOBREIRA, R.R.; OLIVEIRA, F.A.; GARCIA, Y.L.; MADUREIRA, A.P.; BARIONI, G.; SIQUEIRA, J.B. Protocolo de pré-sincronização hormonal em vacas mestiças no período pós-parto. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.38 n.4, p. 353-357, 2016. AYRES, H; FERREIRA, R. M; CUNHA, A. P; ARAÚJO, R. R; WILTBANK, M. C. Double-Ovsynch in high-producing dairy cows: effects on progesterone concentrations and ovulation to GnRH treatments. Theriogenology. v. 79, n. 1, p. 159-164, 2013 AZEVEDO, C; CANADA, N; SIMÕES, J. O protocolo hormonal Ovsynch e suas modificações em vacas leiteiras de alta produção: uma revisão. Arquivos de zootecnia, v.63, n.244, p. 173-187, 2014. BERGAMASCHI, M.A.C.M; MACHADO, R; BARBOSA, R.T. Eficiência reprodutiva das vacas leiteiras. Circular Técnica- Embrapa. São Paulo, 2010. CAMPOS, C.C; RESENDE, E.V; CARNEIRO, L.C; MUNHOZ, A.K; SANTOS, R.M. Condição ovariana de vacas holandesas no início do programa reprodutivo. Vet. Not, v.18, n. 2, p. 145-147, 2012. CARVALHO, B.C; PIRES, M.F.A; ARBEX, W; SANTOS, G.B. Uso de Tecnologias de Precisão na Reprodução de Bovinos Leiteiros. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia. n.79. 2015. CARVALHO, V.S. Avaliação morfológica do aparelho reprodutor de novilhas pertencentes a três grupos raciais. Universidade de Brasília - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Brasília, 2017. CONSENTINI, C. E. C; WILTBANK, M.C; SARTORI, R. Fatores que otimizam a eficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros com ênfase em programas de inseminação artificial cronometrada. Animais, 2021. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Anatomia e Fisiologia do Sistema Reprodutivo dos Animais Domésticos. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva, 2020. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Anestro em Vacas Leiteiras: Fisiologia e Manejo. 2021. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Fisiologia Clínica do Ciclo Estral de Vacas Leiteiras: Desenvolvimento Folicular, Corpo Lúteo e Etapas do Estro. 2020. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Fisiologia da Reprodução Animal: Ovulação, Controle e Sincronização do Cio. 2020. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Fisiologia da Reprodução de Bovinos Leiteiros: Aspectos Básicos e Clínicos. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva, 2022. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Fisiologia do ciclo estral dos animais domésticos. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva, 2021. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Fisiologia do estro e do serviço na reprodução bovina. Belo Jardim: EICS, 2021. FAILS, A.D; MAGEE, C. Frandson- Anatomia e Fisiologia dos Animais de Produção. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2019. FERREIRA, A.M. Reprodução da Fêmea Bovina: Fisiologia Aplicada e Problemas mais comuns (causas e tratamentos). Juiz de Fora, MG: Edição do Autor, 2010. FRANCO, V. M. 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MACEDO, G.G; OLIVEIRA, M; ROCHA, C.D; Sincronização da ovulação: como amenizar ainda mais a fisiologia da reprodução para obter melhores resultados?. Revista Brasileira de Reprodução Animal. Belo Horizonte, v.39, n.1, p. 41-46, 2015. OLIVEIRA, A.P., OLIVEIRA FILHO, J.P. e MEIRA, C. Dinâmica folicular ovariana comparativa entre as espécies bovina e equina. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 8, Ed. 113, Art. 763, 2010. PANSANI, M.A; BELTRAN, M.P. Anatomia e Fisiologia do Aparelho Reprodutor de Fêmeas Bovinas. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. São Paulo, n.12, 2009. PAZ, S. Taxa de prenhez e concepção: o que é e como medir na sua propriedade. Prodap, 2021. Disponível em:. REECE, W.O; ROWE, E.W. Anatomia Funcional e Fisiologia dos Animais Domésticos. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2020. ROCHE, J. R; FRIGGENS, N. C; KAY, J. K; FISHER, M. W; STAFFORD, K. J; BERRY, D. P. Invited review: Body condition score and its association with dairy cow productivity, health, and welfare. Journal of Dairy Science, v.92, p.5769-5801, 2009. SANTOS, J. P. C; LEAL, S. D. C. B. S; MADEIRA, E.M; SCHWEGLER, E; PINO, F.A.B.D; BIANCHI, I; CORRÊA, M.N. Balanço Energético Negativo no Período de Periparto em Vacas de Aptidão Leiteira. NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária. Pelotas, 2009. SENAR. Inseminação Artificial: Bovinos / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. 3 ed. Brasília, 2011. SILVA, L. A. C. Pré-sincronização com folículo persistente em protocolos de sincronização da ovulação a base de GnRH em vacas de leite em lactação. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências Veterinárias, Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2017. Disponível em:. Acesso em: 24 de outubro de 2022. SOARES, P.H.A. Métodos de sincronização de estro e ovulação em bovinos: revisão de literatura. Conexão Ci, v.14 n.2, p. 66-72, 2019. SOUZA, V.L. Avaliação da fertilidade do rebanho bovino de Rondônia e o uso de detecção de cio e do GnRH para aumentar a eficiência de programas de IATF. Fundação Universidade Federal de Rondônia. Porto Velho, 2019. Veja informações úteis sobre a taxa de prenhez. Ideagri, 2022. Disponível em:. (shrink)

This article is the FIFTH of several excerpts from my book The Nondual Mind: Vedānta, Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism, and Spinoza (the full book is posted on this site). “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a (...) precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

Legal philosophers and property scholars sometimes disagree over one or more of the following: the meaning of the word 'property,' the concept of property, and the nature of property. For much of the twentieth century, the work of W.N. Hohfeld and Tony Honoré represented a consensus around property. The consensus often went under the heading of property as bundle of rights, or more accurately as a set of normative relations between persons with respect to things. But by the mid-l 990s, (...) the consensus was under attack. Key figures in the attack were James Penner, a legal philosopher, and Thomas W. Merrill and Henry E. Smith, two highly regarded professors of property law. This article aims to repel the attack and argues for property as a set of normative relations between persons with respect to things. The positive case for this view of property pays special attention to the philosophy of language and the analysis of concepts. The positive case also maintains that the right to use and the power to transfer are as central to property as the right to exclude. It is possible that the virtues of Smith's modular theory of property differ from the virtues of a well-crafted bundle theory. Indeed, it may be the case that these two theories throw light on different features of property law and are not, save at the margin, competitors with each other. The label 'new essentialism' sometimes applied to the work of Penner, Merrill, and Smith seems inapt if property does not have an essence. Of course, they might refuse the label. (shrink)

The article focuses on a chapter of the biography of Angela Davis which, unless mistaken, has not yet received due attention: the training and intellectual experience with her German professors, Herbert Marcuse and Theodor W. Adorno. From the philosophical studies in Frankfurt in the 1960s to the more recent reflections on movements such as Black Lives Matter, there seems to be a continuity in the way she approaches contemporary social reality, a démarche that draws its strength from the original combination (...) of two traditions of radical critical thinking: Frankfurtian and Afro-American. (shrink)

This is the PhD dissertation, written under supervision of Professor Jerzy Słupecki, published in the book: U.Wybraniec-Skardowska i Grzegorz Bryll "Z badań nad teorią zdań odrzuconych" ( "Studies of theory of rejected sentences"), Zeszyty Naukowe Wyższej Szkoły Pedagogicznej w Opolu, Seria B: Studia i Monografie nr 22, pp. 5-131. It is the first, original publication on the theory of rejected sentences on which are based, among other, papers: "Theory of rejected propositions. I"and "Theory of rejected propositions II" with Jerzy (...) Słupecki and Grzegorz Bryll. -/- -/- . (shrink)

The history of holography, the technology of three-dimensional imaging that grew rapidly during the 1960s, has been written primarily by its historical actors and, like many new inventions, its concepts and activities became surrounded by myths and myth-making. The first historical account was disseminated by the central character of this paper, George W. Stroke, while a professor of Electrical Engineering at the University of Michigan. His claims embroiled several workers active in the field of holography and information processing during (...) the 1960s, but transcended personality conflicts: they influenced the early historiography of holography and the awarding of the Nobel Prize for Physics to Dennis Gabor in 1971. An extended discussion of these episodes, based on archival research, publications analysis and interviews with participants, reveals the importance and extraordinary allure of intellectual priority for practicing scientists, and how its history and explanations are woven from multiple accounts and contemporary interpretations. (shrink)

Theodor Adorno's Aesthetic Theory is a vast labyrinth that anyone interested in modern aesthetic theory must at some time enter. Because of his immense difficulty of the same order as Derrida - Adorno's reception has been slowed by the lack of a comprehensive and comprehensible account of the intentions of his aesthetics. This is the first book to put Aesthetic Theory into context and outline the main ideas and relevant debates, offering readers a valuable guide through this huge, difficult, but (...) revelatory work. Its extended argument is that, despite Adorno's assumptions of autonomism, cognitivism, and aesthetic modernism, his idea of artistic truth content offers crucial insights for contemporary philosophical aesthetics.The eleven chapters are divided into three parts: Context, Content, and Critique. The first part offers a brief biography, describes Adorno's debates with Benjamin, Brecht, and Lukács, and outlines his philosophical program. The second part is an interpretation of Adorno's aesthetics, examining how he situates art in society, production, politics, and history and uncovering the social, political, and historical dimensions of his idea of artistic truth. The third part evaluates Adorno's contribution by confronting it with the critiques of Peter Bürger, Frederic Jameson, and Albrecht Wellmer.Lambert Zuidervaart is Professor of Philosophy at Calvin College. (shrink)

This article is the SECOND of several excerpts from my book The Nondual Mind: Vedānta, Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism, and Spinoza (the full book is posted on this site). “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a (...) precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

About death, grief, mourning, life after death and immortality. Why should we die like humans to survive as a species. -/- "No one wants to die. Even people who want to go to heaven don't want to die to get there. And yet death is the destination we all share. No one has ever escaped it. And that is as it should be, because Death is very likely the single best invention of Life. It is Life's change agent. It clears (...) out the old to make way for the new." (Steve Jobs) -/- CONTENTS: -/- Death - Philosophy of death - Religions - - Animism - - Atheism - - Buddhism - - Christianity - - Hinduism - - Islam - - Jainism - - Jehovah's Witnesses - - Judaism - - Latter-day Saints - - Spiritism - Symbolism - Personification of Death - - Notable personifications - - In mythologies - - - Hindu mythology - - - In Japan - - - Slavic paganism - - - Lithuanian paganism - - In the three monotheistic religions - - - Judaism - - - Christianity - - - In Mexico - - - Islam - Axiochos - - The characters of dialogue - - Dialogue - - Prologue - - Arguments - - Citations - Paradise - - Greco-Roman mythology - - Mesopotamian mythology and influences - - According to Judaism - - According to Christianity - - - According to Catholicism - - - According to Protestantism - - - According to the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints - - According to Islam - - According to Hinduism - - According to modern spiritualities - - - According to the esoteric - Hell - - Mesopotamian origins - - According to Christianity - - - Names appearing in the biblical texts - - - Medieval artistic representations - - - Concepts according to Christian movements - - According to Judaism - - According to Islam - - According to Buddhism - - According to Hinduism - - According to modern esotericism - - - According to Aïvanhov - - - According to Allan Kardec - - Philosophy - - - Jewish Kabbalah - - - Sartre - - - Popular wisdom Funerals - The funeral ritual: a rite of passage - Prehistory - Ancient death customs - - The family bereavement - - Mummification - - Sarcophagi - - Funerals - - Ancient Greece - - Ancient Rome - - Celts, Germans and Scandinavians - Religious funeral rites - - Buddhism - - Judaism - Christianity - - Protestantism - - Islam - Funeral rites by continent - - In Africa - - In Europe - The contemporary era - Mourning (Grief) - - Steps - - - Death of a close - - Loss events without mourning value (white factors) - - Duration and manifestations - - Risks - - Colors - Graveyards (Cemeteries) - - First cemeteries - - Cemeteries today - Funerary art - Dolmens - - Types of dolmens - - Function - - Location - Passage graves - Cenotaphs - - Famous cenotaphs - Lanterns of the Dead Afterlife - History - Questions about death and immortality - Testimonials - - Spiritualistic experiences - - Popular literature on the afterlife - - "Memories" and reminiscences - - Early studies of the science of the 19th century and early 20th century - Types of scenarios - Some religious and philosophical concepts - - Afterlife in Buddhism - - Afterlife in Christianity - - According to Hinduism - - According to Islam - - According to Judaism - - According to Mormonism - - According to the ancient philosophies - - According to Spiritism - - According to Native American traditions - - According to Vedism - - According to Esotericism - In science - Near-death experiences - - Clinical death - - NDE frequency - - Effects of depth of NDE on survival - - Near-death experiences and shared-death experience - - - The first contemporary testimonials - - - Experience according to Moody - - - The concept of "shared death" - - - The NDE scales - - The study of Pim van Lommel - - Spiritual and patient point of view - - - Survivalists studies - - - The religious understanding of the phenomenon - - Scientific views - - - Physiological explanation - - - Psychological explanation - Reincarnation - - Religions - - - In Hinduism - - - In Jainism - - - In Buddhism - - - In Judaism - - - In Christianity - - - In Islam - - In contemporary times - - - Esotericism - - - Works of the psychiatrist Ian Stevenson - - - Radical increase in life expectancy and artificial reincarnation - - Criticism - - - Arthur Schopenhauer - - - Ramana Maharshi - - - Rene Guenon - - - Ananda Kentish Coomaraswamy - Metempsychosis - - Theories - - Ideas - Maschalismos Immortality - Immortality of the soul and religious traditions - - Buddhism - - Christianity - - Islam - - Mormonism - Contemporary perception of the immortality of the body - - Observation in the animal kingdom - - Perspectives for mankind - Immortality in science - - Alexis Carrel - - Jean Rostand - - Hayflick limit - - Étienne-Émile Baulieu and DHEA - - Aubrey de Grey - - Professor Skulachev - - Regenerative medicine - - Professor Christopher Jaeger - Eternal Return - - According to the Mesopotamians - - According to Heraclitus and the Stoics - Fountain of Youth - - History of myth and relatives myths - - - In Roman mythology, Germanic, Celtic and Irish - - - In the Middle-East - - - In Spain - - - In the Bible - - The fountain in art and literature - - Painting - - - Literature and cinema - - Persistent of the myth until today - Senescence - - Why do we age? 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B. Yeats, “He Wishes His Beloved Were Dead” - - Rainer Maria Rilke, “Death” - Paintings - - The Three Dead Kings - - The Death of Nelson - - Beata Beatrix - Sculptures - - The Kiss of Death - - Background - - Imagery - - Angel of Grief - - Fallen Astronaut - Quotes References About the author - Nicolae Sfetcu - - By the same author - - Contact Publishing House - MultiMedia Publishing -/- DOI: 10.58679/TW44411. (shrink)

This article is the FOURTH of several excerpts from my book The Nondual Mind: Vedānta, Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism, and Spinoza (the full book is posted on this site). “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a (...) precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

This article is the FIRST of several excerpts from my book The Nondual Mind: Vedānta, Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism, and Spinoza (the full book is posted on this site). “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a (...) precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

This article is the SIXTH of several excerpts from my book The Nondual Mind: Vedānta, Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism, and Spinoza (the full book is posted on this site). “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a (...) precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

FILOSOFIA COMO PRODUTO OU COMO PROCESSO? -/- PHILOSOPHY AS A PRODUCT OR AS A PROCESS? -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mails: [email protected] e [email protected] WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- -/- PREMISSA -/- Nos trabalhos anteriores, na área filosófica, trabalhei a importância da filosofia no ensino médio e a responsabilidade pedagógica do professor. Doravante, compartilho agora da experiência daqueles que já se debruçaram sobre aquelas questões, acrescentando outras indagações: "Que fins pretendo alcançar com meu curso (...) de filosofia?"; "Que conteúdos são importantes para o aluno iniciante?", "Como ensinar filosofia?". -/- As respostas a essas indagações variam conforme os pressupostos epistemológicos que servem de base ao trabalho do professor. -/- Na escola tradicional prevaleceu a tendência empirista, que privilegia a transmissão de conhecimentos acumulados. Geralmente, os adeptos dessa tendência propõem programas enciclopédicos, com amplo conteúdo. Trata-se da ênfase no produto, na transmissão da herança deixada pelos filósofos, mas o risco dessa metodologia é a passividade do estudante. -/- A pedagogia do século XX, ao criticar a excessiva centralização na figura do mestre, deslocou o foco para o estudante, reservando ao professor o papel de facilitador da aprendizagem. A ênfase foi posta no processo, e não no produto, com a vantagem de permitir a atuação mais participativa do estudante, embora exista o risco de se descuidar do conteúdo (o produto) nos casos em que debates infindáveis não se apoiam na rica herança filosófica. -/- Postas essas premissas, destaco que o ensino de filosofia se sustenta pela referência à história da filosofia e, por isso, o produto é indispensável, caso contrário a intervenção dos estudantes permaneceria espontaneísta, girando em torno do que eles já sabem. Por sua vez, o educando tem o direito de expressar sua experiência, inicialmente fragmentada e difusa e em seguida reexaminada à luz de textos relevantes, para se apropriar do processo reflexivo. Portanto, os dois aspectos -a filosofia como produto e como processo - são indispensáveis e encontram-se intimamente relacionados. -/- 1. DEFININDO O FOCO PRINCIPAL -/- Diante da importância da história da filosofia, a questão que se coloca é a de definir o foco para abordá-la, ou seja, se escolhemos tomar a história da filosofia como centro ou como referencial. -/- a) História da filosofia como centro -/- Definir o foco da didática de filosofia tendo como centro a história da filosofia não significa privilegiar a simples cronologia, mas descobrir o pensamento do filósofo pulsando nas relações com o mundo em que vivia. Pois o filósofo problematiza a realidade e cria conceitos para tentar compreendê-la. A sequência cronológica nos mostra como aquelas soluções foram retomadas pelos seguidores e contraditadas pelos que a elas se opuseram. E ainda é possível estabelecer ligações fecundas daquelas ideias com os problemas atuais. É bem verdade que não posso concluir haver uma "evolução", um "'progresso", como ocorre com o conhecimento científico, mas sim uma constante e atualizada problematização. -/- b) Foco temático como centro -/- A opção por privilegiar temas ou áreas de investigação filosófica oferece mais liberdade ao professor por se desprender da estrita cronologia. Isso não significa, porém, desprezar a história da filosofia, que permanece como referencial constante dos temas escolhidos. -/- Em ambas as perspectivas - história da filosofia ou filosofia temática -, é indispensável o contato com textos filosóficos ou, quando de outra natureza, lidos de maneira filosófica. O professor Franklin Leopoldo e Silva adverte sobre a importância dessas leituras: -/- Aqui, trata-se da difícil tarefa da leitura dos próprios textos filosóficos. Ninguém ignora as imensas dificuldades envolvidas nessas leituras, o mais das vezes áridas e de difícil compreensão, exigindo em muitas ocasiões um domínio razoável de terminologia específica. Apesar de tudo isso, não há como fugir à necessidade dessas leituras, se se quiser proporcionar ao aluno uma visão razoavelmente precisa do pensamento dos autores tratados e dos diferentes estilos de reflexão, coisas que só de forma um tanto abstrata são apreendidas através da leitura de manuais de história da filosofia. Cabe ao professor recortar textos de maneira a proporcionar uma compreensão mínima do assunto tratado, balanceando este recorte com os critérios da viabilidade didática e da importância estratégica dos textos (1986, p. 161-162). -/- c) Problemas filosóficos -/- Inspiradas no pensamento do alemão Friedrich Nietzsche e do contemporâneo Gilles Deleuze, existem propostas de uma didática do ensino de filosofia com base na concepção de que a filosofia é a atividade de criação de conceitos. Como os conceitos resultam de problemas, conclui-se que o foco das aulas estaria em criar condições para diversas etapas de trabalho visando problemáticas filosóficas que tenham significação existencial para os estudantes. Desse modo, os educandos aprenderiam por si mesmos a exercitar a criação de conceitos. -/- Essa é a proposta defendida pelo professor Silvio Gallo. Embora as orientações anteriores possam levantar a questão da problematização filosófica e da busca do conceito, ele enfatiza procedimentos para valorizar a postura ativa do próprio estudante como condição para evitar o enciclopedismo do ensino tradicional. -/- Em muitos livros didáticos de filosofia para o ensino médio, os autores optam pela abordagem temática. É notório que eles observam que, coerentes com o que já foi dito, a história da filosofia permeia todos os capítulos de suas respectivas obras. A participação ativa do estudante acompanha o processo de ensino-aprendizagem o tempo todo, e não apenas no processo final de avaliação. De fato, ao longo dos capítulos encontram-se diversas propostas, seja nos boxes "Para refletir" e "Para saber mais", seja nas várias imagens comentadas, muitas delas levando a indagações. Quatro infográficos que trazem para a atualidade a discussão de conceitos filosóficos. -/- As sugestões não dispensam a criatividade do professor, que certamente saberá encontrar outros procedimentos para dinamizar sua aula e incentivar a participação dos estudantes. -/- 2. A DISCIPLINA INTELECTUAL -/- O termo disciplina tem vários significados. No entanto, o sentido que nos interessa é o de disciplina intelectual, como caminho para ler ou pensar melhor, o que pressupõe a descoberta pessoal de regras a serem seguidas para atingir os fins propostos. -/- Disciplina intelectual significa o esforço do espírito treinado para a atenção continuada, a concentração na leitura, a capacidade de ouvir o professor, o colega, o autor que "fala" por meio do texto que está sendo lido. Ter disciplina intelectual consiste em desenvolver a capacidade de compreensão do que ouvimos ou lemos antes de nos aventurarmos numa crítica. E, ao discordarmos, fazê-lo de maneira organizada e com base nos critérios adotados. Ser capaz de disciplina é também selecionar leituras, concatenando-as com experiências pessoais, a fim de expor suas reflexões oralmente ou por escrito. -/- Sabemos das dificuldades desse aprendizado. Muitos jovens não conseguem se deter por algum tempo na leitura, porque, pelo menos em um primeiro momento, a leitura consiste em uma atividade solitária em que o desafio do autocontrole depende do esforço de cada um para internalizar procedimentos livremente assumidos, sobretudo quando o interesse pela reflexão for criativamente estimulado. -/- -/- -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016. -/- ASPIS, R. L.; GALLO, S. Ensinar filosofia: um livro para professores. São Paulo: Atta Mídia e Educação, 2009. -/- BECKER, F. A epistemologia do professor: o cotidiano na escola. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. -/- GALLO, S.; KOHAN, W. O. (Orgs.). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. -/- GALLO, S . Deleuze e a educação. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. -/- _________. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio. Campinas: Papirus, 2012. -/- KOHAN, W. O. (Org.). Políticas do ensino de filosofia. Rio de Janeiro: DP6A, 2014. -/- SILVA, F. L. e. História da filosofia: centro ou referencial? In: NETO, H. N. (Org.) O ensino da filosofia no 2° grau. São Paulo: SEAP, Sofia, 1986. -/- NOVAES, J. L. C.; AZEVEDO, M. A. O. de (Orgs.). A filosofia e seu ensino: desafios emergentes. Porto Alegre: Sulina, 2010. -/- PIOVESAN, A. et al. (Orgs.). Filosofia e ensino em debate. Ijuí: Unijuí, 2002. -/- PORTA, M. A. G. A filosofia a partir de seus problemas: didática e metodologia do estudo filosófico. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2007. -/- RODRIGO, L. M.. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio. Campinas: Autores Associados, 2009. -/- Estimule a criatividade, respeite o direito autoral. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva © 2019. (shrink)

REFLEXÃO SOBRE A METODOLOGIA DO ENSINO DE FILOSOFIA -/- -/- REFLECTION ON THE METHODOLOGY OF PHILOSOPHY TEACHING -/- -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mails: [email protected] e [email protected]. WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- -/- -/- Etimologicamente, a palavra método é constituída pelos termos gregos metá, "por meio de", e hodós, "caminho". O método é, portanto, um "caminho por meio do qual" chegamos a um fim, atingimos determinado objetivo. -/- Vejamos qual é o desafio para o (...) class='Hi'>professor estabelecer seu método, tendo em vista os fins pedagógicos do ensino de filosofia. Comecemos comparando a metodologia do filósofo com a do cientista, para constatarmos uma diferença fundamental: os cientistas procuram manter certa '"cumplicidade metodológica", caracterizada pelo que se chamou de paradigma, um modelo comum a todos os cientistas de um determinado campo do saber, durante um período do tempo; já os filósofos não são unânimes quanto às regras do método, de modo que os caminhos percorridos por eles são diferentes, como percebemos no contato com o pensamento de Platão, Descartes, Espinosa, Hegel, Husserl, para citar apenas alguns. -/- Ao escolher o programa das aulas com o conteúdo a ser discutido em cada ano do curso, ocorre algo semelhante: nas disciplinas das áreas de matemática e ciências da natureza, por exemplo, o campo do saber é aceito pela comunidade científica, o que orienta o professor dessas disciplinas na composição daquele conteúdo. Já para a aula de filosofia, existe mais flexibilidade de escolha tanto do conteúdo como da metodologia empregada. -/- A diferença entre o ensino das demais disciplinas e o ensino da filosofia nos coloca a seguinte questão: "Se não existe um método único para orientar os filósofos - já que não há uma filosofia, mas filosofias qual o sentido, aqui, de buscar um método para ensinar a filosofar?". De fato, o professor-filósofo possui sua visão de mundo, como todo ser humano integrado a seu tempo, ciente dos problemas éticos e políticos diante dos quais toma partido. Nesse sentido, ele teria também o seu próprio método, acrescido esse fato ao conhecimento que o professor dispõe de história da filosofia. -/- Contudo, pode-se reavaliar essa objeção se destacarmos a possibilidade de alternativas metodológicas que poderão enriquecer a atividade pedagógica. -/- 1. Riscos de instrumentalizar a filosofia -/- O compromisso do professor com o exercício do filosofar decorre de não ser o seu objetivo encaminhar os alunos na direção "certa" ou "guiá-los como um farol" para que "não se extraviem". A aula de filosofia cria um espaço de discussão de conceitos, exposição plural de ideias e problematização para que permita aos educandos desenvolverem as competências necessárias para pensar por conta própria, ou seja, para a autonomia intelectual. -/- Qual seria, então, o objeto do ensino de filosofia no ensino médio? Dizendo de outra forma, a aula de filosofia teria objetivos além do próprio filosofar? -/- Vejamos alguns exemplos de risco de instrumentalização da filosofia. -/- 1.1 O ensino de filosofia é neutro? -/- Trata-se de uma questão metodológica indagar se seria possível a neutralidade do professor em filosofia. Podemos perguntar: "1Jm professor de filosofia cristão ou ateu, liberal ou marxista, platônico ou nietzschiano pode ou não repercutir nas aulas sua formação e suas preferências?". -/- É ilusório imaginar a total neutralidade nesse campo. Podemos destacar na formação do professor-educador três aspectos importantes: -/- • qualificação: o professor precisa adquirir os conhecimentos indispensáveis ao ensino de um conteúdo específico; -/- • formação pedagógica: a atividade educativa supera os níveis do senso comum para se tornar uma atividade sistematizada; -/- • formação ética e política: o professor educa com base em valores. -/- Assim diz o professor Antônio Joaquim Severino, a propósito da formação de todo e qualquer educador: -/- Sem dúvida, um curso de formação de educadores pressupõe necessariamente um mínimo de habilitação técnica, fundada n um campo de conhecimentos científicos. [...] Também ao educador, como a qualquer outro profissional, impõe-se a exigência da competência, entendida como domínio de conteúdos, dos métodos, das técnicas especializadas relativas à área dos conhecimentos educacionais. [...] -/- Mas, sem prejuízo deste compromisso com a competência, os cursos de formação de educadores têm que assumir um outro compromisso: o de dar sólida formação política, mediante adequada conscientização dos aspectos políticos, económicos e sociais da realidade histórica em que se desenvolvem os processos educacionais nos quais atuará o futuro educador. [...] Todo projeto educacional será necessariamente um projeto politico e não há como evitá-lo. A educação, como qualquer outra atividade humana, não é um processo neutro. Considerá-la assim é reforçar posições politico-ideológicas consolidadas (1966, p. 13-14). (Temas Básicos de Educação e Ensino). -/- No entanto, espera-se que, no ensino médio, o professor não se restrinja às suas preferências, porque a sala de aula é o espaço por excelência do pluralismo e da diversidade. Desnecessário dizer que não é desejável qualquer tipo de proselitismo, que abre caminho para uma doutrinação sectária. Ao contrário, é salutar oferecer um leque maior de concepções filosóficas. -/- Não nos referimos, no entanto, a uma "assepsia" pela qual os alunos não tenham acesso às posições assumidas pelo professor. Evitar a parcialidade em temas socialmente controversos não significa abster-se de opinar, desde que sua posição esteja ancorada em argumentações firmadas na sua experiência com a história da filosofia e aberta ao debate plural. -/- Com essas ponderações, não se pretende indicar regras de conduta ao professor, mas apenas acenar com a necessidade de refletir sobre alternativas entre parcialidade e neutralidade do ensino a fim de não instrumentalizar a filosofia. -/- 1.2 A filosofia “ensina” cidadania? -/- Uma polêmica despertada pelo artigo 2° da LDB de 1996 nos ajuda a refletir um pouco mais sobre o tema do risco da instrumentalização da filosofia: -/- A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996). -/- No que se refere ao ensino de filosofia, a pergunta é a seguinte: "Pode-se dizer que um dos objetivos da filosofia no ensino médio é ensinar cidadania?". Esse questionamento não visa negar a importância de educar para a cidadania, mas convém saber como fazê-lo. -/- Posicionando-se sobre esse debate, vejamos o que diz o documento do MEC Orientações Curriculares para o Ensino Médio, elaborado em 2006: -/- Independentemente, neste momento, de qualquer avaliação acerca da concepção que se apresenta na legislação, cabe ressaltar, em primeiro lugar, que seria criticável tentar justificar a filosofia apenas por sua contribuição como um instrumental para a cidadania. Mesmo que pudesse fazê-lo, ela nunca deveria ser limitada a isso. Muito mais amplo é, por exemplo, seu papel no processo de formação geral dos jovens (BRASIL, 2006, p. 25-26). -/- Após ressaltar que preparar para a cidadania é "um papel do conjunto das disciplinas e da política pública voltada para essa etapa da formação", lemos na mesma página do referido documento: -/- A pergunta que se coloca é: qual a contribuição especifica da filosofia em relação ao exercício da cidadania para essa etapa da formação? A resposta a essa questão destaca o papel peculiar da filosofia no desenvolvimento da competência geral de fala, leitura e escrita — competência aqui compreendida de um modo bastante especial e ligada à natureza argumentativa da filosofia e à sua tradição histórica. [realce nosso] Cabe, então, especificamente à filosofia, a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica a partir da compreensão de que tomar posições diante de textos propostos de qualquer tipo (tanto textos filosóficos quanto textos não filosóficos e formações discursivas não explicitadas em textos) e emitir opiniões acerca deles é um pressuposto indispensável para o exercício da cidadania (BRASIL, 2006, p. 25-26). -/- A educação para a cidadania, portanto, não se reduz necessariamente à leitura de textos específicos sobre cidadania, embora estes não sejam desconsiderados. O ensino de filosofia tem como objetivo desenvolver a competência discursivo-filosófica. Não há cidadania se não for alcançada a autonomia do pensar crítico, que, na filosofia, tem o seu diferencial pelo recurso à tradição filosófica. Ao levantar problemas, a filosofia estimula a indagação e fortalece a capacidade de conceituação e argumentação. -/- -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016. -/- BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Ciências humanas e suas tecnologias. In: Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2006. -/- ______________________________________. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: Bases Legais. Brasília: MEC, 1999. -/- FOLSCHEID, D.; WUNENBURGER, J. J. Metodologia filosófica. São Paulo: Martins Fontes, 1997. -/- GALLO, S. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio. Campinas: Papirus, 2012. -/- KOHAN, W. O. (Org.). Políticas do ensino de filosofia. Rio de Janeiro: DP6A, 2014. -/- SEVERINO, J. A. Educação, ideologia e contraideologia. 1ª ed. São Paulo: EPU, 1966. -/- Estimule a criatividade, respeite o direito autoral. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva © 2019. (shrink)

HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA: O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA I -/- A SOCIOLOGIA NA ALEMANHA -/- -/- HISTORY OF SOCIOLOGY: THE DEVELOPMENT OF SOCIOLOGY I -/- SOCIOLOGY IN GERMANY -/- -/- -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mail's: [email protected] e [email protected]. WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- PREMISSA -/- Na Alemanha, a Sociologia foi profundamente influenciada pela discussão filosófica, histórica e metodológica que se desenvolveu entre o final do século XIX e o início do século XX. Em seus fundamentos encontra-se (...) o pensamento de vários filósofos, como Johann Gottlieb Fichte (1762 -1814), Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775 -1854), Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher (1768 -1834), Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 -1831) e Friedrich W. Nietzsche (1844-1900). -/- O representante mais expressivo da Sociologia alemã é Max Weber (1864-1920). Outros pensadores, entretanto, contribuíram significativamente para a formação e o desenvolvimento da Sociologia na Alemanha, entre os quais Ferdinand Tönnies (1855 -1936), Werner Sombart (1863-1941), Georg Simmel (1858-1918) e os estudiosos que a partir da década de 1920 constituíram a chamada Escola de Frankfurt. -/- A obra desses autores liga-se fortemente ao processo de unificação alemã, promovido somente após o triunfo de Otto von Bismarck na Guerra Franco-Prussiana (1871), e à aceleração da industrialização alemã. Esses dois fatores conferiram à Alemanha uma situação muito diferente da de outros países europeus. -/- A alteração nas estruturas de poder, na Alemanha, não ocorreu por meio de uma revolução, como na França, mas por um acordo entre a bur-guesia industrial e os grandes proprietários de terra, tendo em vista uma transição mais adequada aos seus interesses. -/- Vale salientar, em nota, que após a Guerra Franco-Prussiana (1870-71), os príncipes alemães se reuniram no palácio de Versalhes (França), onde aclamaram Guilherme I, da Prússia, como o imperador alemão. Assim surgia o Império da Alemanha, em 1871. -/- A burguesia industrial não estava preocupada em alterar de modo significativo a estrutura fundiária, e os grandes proprietários, que se encastelaram na burocracia estatal, não permitiram a formulação de uma legislação trabalhista que prejudicasse os interesses da burguesia. Assim se fez uma mudança “por cima”, sem levar em conta os interesses dos trabalhadores urbanos ou rurais. Destacam-se aqui dois importantes soció-logos alemães: Georg Simmel e Max Weber, pela presença no Brasil. Depois, brevemente, falar-se-á aqui da famosa Escola de Frankfurt. -/- 1. Georg Simmel (1858-1918) -/- Nascido em Berlim, Georg Simmel é um pensador difícil de enquadrar em alguma tendência ou campo específico do conhecimento. Vamos ler um trecho do que escreveu sobre ele o sociólogo brasileiro Leopoldo Waizbort: -/- Quem tentar esboçar a fisionomia de Georg Simmel (1858-1918), logo se encontra em meio a dificuldades que são características próprias daquilo que se quer apreender. Simmel sempre postulou para seu próprio pensamento uma mobilidade e uma plasticidade para se adaptar ao seu objeto – uma multiplicidade de direções, uma defesa do fragmento –, que se opõem a toda tentativa de fixação e acabamento, a toda pretensão de sistema. Por isso todos os rótulos que lhe são atribuídos, apesar de possuírem seu teor de verdade, sempre soam tão falsos: vitalismo, relativismo, esteticismo, formalismo, irracionalismo, psicologismo, impressionismo e tantos mais. Disto também é exemplo o fato de Simmel, hoje considerado, ao lado de Max Weber e Ferdinand Tönnies, um dos “pais” da sociologia alemã, não poder ser classificado sem mais como “sociólogo”, sob pena de se perderem várias outras dimensões que são essenciais ao seu pensamento (WAIZBORT, 2000. p. 11). -/- G. Simmel foi o último dos sete filhos de um próspero comerciante judeu convertido ao cristianismo. Com a morte do pai, herdou uma fortuna considerável que lhe permitiu independência para desenvolver a vida acadêmica. Estudou História e Filosofia na Universidade de Berlim, onde foi aluno das mais importantes figuras acadêmicas da época. Em 1881, defendeu uma tese sobre Immanuel Kant e recebeu o título de doutor em Filosofia. Entre 1885 e 1914, lecionou Filosofia, Ética e Sociologia na Universidade de Berlim, mas nunca foi incorporado formalmente à universidade. -/- Ocupou o cargo de professor titular de Filosofia somente em 1914, em Estrasburgo, cidade onde permaneceu até a morte, em 1918. -/- Na virada do século XIX para o século XX na Alemanha, houve uma intensa efervescência filosófica, cultural e artística, cenário em que se desenvolveram a psicanálise, a teoria da relatividade, o positivismo lógico e a música atonal. Nesse cenário, Simmel tornou-se um conferencista muito aclamado e escreveu artigos e ensaios sobre os mais variados temas da Filosofia, como lógica, teoria do conhecimento, ética, estética ou metafísica, além de temas da Psicologia, da Sociologia, da História e da religião. -/- Escreveu também muitas biografias (de Johann Wolfgang von Goethe, de Friedrich Nietzsche, de Immanuel Kant e de Rembrandt, entre outros). -/- Suas obras sociológicas mais importantes são: Da diferenciação social (1890), A filosofia do dinheiro (1907), Sociologia (1908) e Questões fundamentais da Sociologia (1917). Georg Simmel teve influência marcante no desenvolvimento da Sociologia na Alemanha, nos Estados Unidos (em especial na Escola de Chicago) e na França (em Durkheim e seus colaboradores diretos). Suas obras foram traduzidas para o francês e o inglês, muitas vezes antes de ser publicadas em alemão. -/- 2. Max Weber (1864-1920) -/- Max Weber nasceu em 21 de abril de 1864, em Erfurt, e morreu em Munique, em 1920. De família abastada, teve uma educação formal de boa qualidade, o que lhe permitiu uma erudição notável. Com 18 anos, ingressou na Universidade de Heidelberg, onde escolheu como área de concentração o Direito e como correlatas a História, a Filosofia e a Economia. Nessa universidade, teve o primeiro contato com os escritos de Immanuel Kant e com neokantianos, os quais nunca deixou de lado em seus estudos. -/- Em 1889, concluiu o doutorado em Direito Comercial com uma tese sobre a história das sociedades comerciais da Idade Média. Em 1891, defendeu outra tese: A importância da história agrária romana para o direito público e privado. Em 1894, tornou-se professor de Economia na Universidade de Freiburg e, dois anos depois, transferiu-se para a Universidade de Heidelberg. -/- A partir de 1897, acometido de uma depressão profunda, não conseguiu desenvolver as atividades acadêmicas. Entre 1902 e 1903, retomou as atividades intelectuais, mas fora da universidade, pois não tinha condições psicológicas para ministrar aulas. No ano seguinte, tornou-se coeditor do Arquivo de Ciências Sociais, publicação muito importante para o desenvolvimento dos estudos sociológicos na Alemanha. -/- Entre agosto e dezembro de 1904, viajou, com Ferdinand Tönnies e Werner Sombart, aos Estados Unidos, por ocasião da Exposição Universal de Saint-Louis, onde entrou em contato com as igrejas e seitas protestantes daquele país e também com vários escritos de Benjamin Franklin (1706-1790), o que foi fundamental para suas pesquisas sobre a relação entre a ética protestante e o capitalismo. -/- Em 1907, recebeu uma herança significativa. A partir de então, dedicou-se exclusivamente à investigação histórica e sociológica. Em 1909, colaborou na fundação da Sociedade Alemã de Sociologia. Ao ser deflagrada a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Weber foi convocado como oficial da reserva para dirigir um hospital militar. Entre as atividades no hospital encontrou tempo para continuar a escrever partes do livro que foi publicado postumamente por sua esposa, com o título Economia e sociedade. Além disso, desenvolveu estudos sobre ética econômica e as religiões universais e escreveu uma série de artigos para os grandes jornais da Alemanha. Nesses artigos, criticou a estrutura partidária do país e a burocratização das esferas políticas na Alemanha, afirmando que aquela situação ainda era a herança de Otto von Bismarck. -/- Em 1917, pronunciou uma conferência – A ciência como vocação – e produziu um escrito, no qual explicitou seu método – Ensaio sobre neutralidade axiológica nas ciências sociológicas e econômicas. -/- Pelas ideias expostas em debates e nos jornais e por sua erudição, Max Weber, após a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, fez parte da comissão que redigiu, em 1919, a nova constituição política alemã, conhecida como a Constituição de Weimar. -/- Pode-se afirmar que a vida de Max Weber foi dedicada aos estudos, à pesquisa e à participação ativa na política alemã de seu tempo, por meio de conferências e artigos para jornais e revistas. -/- Weber não media esforços para analisar e com-preender mais profundamente os temas que elegia. Aprendeu grego e hebraico para ler a Bíblia no original, espanhol para ler os documentos sobre as companhias de navegação e comércio espanhol, russo para ler os jornais sobre os acontecimentos na Rússia de 1905 até a revolução de 1917, inglês para ler os textos estadunidenses sobre a vida religiosa e a ética dos protestantes. -/- Para Max Weber, o indivíduo é o núcleo de análise por ser o único que pode definir intenções e finalidades para seus atos. Desse modo, o ponto de partida da Sociologia é a compreensão da ação dos indivíduos, atuando e vivenciando situações sociais com determinadas motivações e intenções. Instituições como Estado e família só ganham sentido quando vistas da perspectiva das relações sociais. Assim, Max Weber não concebe a sociedade como um bloco, uma estrutura una, mas como uma teia de relações capazes de produzir sentido. -/- A obra de Max Weber é vasta e engloba história, direito e economia, passando pelas questões religiosas, pelos processos burocráticos, pela análise da cidade, da música e, enfim, pela discussão metodológica das ciências humanas e dos conceitos sociológicos. -/- Entre os seus escritos, podemos destacar: A ética protestante e o “espírito” do capitalismo (1904-1905/1920), A ciência como vocação (1917), A política como vocação (1919), Economia e sociedade (1920), História geral da economia (1923) e Ensaios reunidos de sociologia da religião (1917/1920). -/- Outros sociólogos alemães mantiveram-se em atividade após a Primeira Guerra Mundial, como Ferdinand Tönnies, Leopold von Wiese (1876 -1969), Hans Freyer (1887-1969) e Franz Oppenheimer (1864 -1943), que fundou, em 1919, a primeira cátedra de Sociologia na Alemanha, em Frankfurt. -/- 3. A Escola de Frankfurt -/- Logo após a morte de Max Weber, abriu-se um novo horizonte para a Sociologia alemã com a fundação do Instituto de Pesquisa Social, vinculado à Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt, que ficou conhecido como Escola de Frankfurt. Em 1923, um grupo de intelectuais – entre eles Friedrich Pollok (1894-1970), Leo Löwenthal (1900-1993), Karl August Wittfogel (1896-1988), Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969) – desenvolveu uma análise da sociedade contemporânea com base em concepções filosóficas de Immanuel Kant, Friedrich Hegel e Friedrich Nietzsche, em visões sociológicas de Karl Marx e de Max Weber e no pensamento de Sigmund Freud. -/- Os integrantes do grupo de Frankfurt pretendiam desenvolver uma teoria crítica da sociedade capitalista e buscavam explicar fenômenos que iam da análise da personalidade autoritária à indústria cultural. Mantiveram a crítica ao positivismo e ao pragmatismo, procurando demonstrar a necessida-de de refletir sobre as condições que permitiram a emergência do nazismo e sobre o significado dessa ideologia. As reflexões desses intelectuais culminaram com uma crítica à razão instrumental e às formas de controle sobre a sociedade contemporânea. -/- Além dos estudiosos citados, são representantes desse pensamento Walter Benjamin (1892-1940), Erich Fromm (1900-1980) e Herbert Marcuse (1898-1979), entre outros. Todos os integrantes da Escola de Frankfurt precisaram sair da Alema-nha por causa da perseguição nazista. Adorno e Horkheimer voltaram ao país depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Deram continuidade à Escola de Frankfurt, entre outros, Jürgen Habermas (1929-), da segunda geração, e Axel Honneth (1949-), da terceira e atual geração. -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- CUIN, C. H.; GRESLE, F. História da Sociologia. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Ensaio, 1994. -/- CULTURAL, A. Max Weber. Textos selecionados. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Col. Os Pensadores). -/- NOVA, S. V. Introdução à Sociologia. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. -/- SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2016. -/- VANDENBERGHE, F. As sociologias de Georg Simmel. 1ª ed. Petrópolis: Vozes, 2018. -/- WAIZBORT, L. As aventuras de Georg Simmel. São Paulo: USP, Curso de Pós-Graduação em Sociologia/Editora 34, 2000. -/- SBS - Sociedade Brasileira de Sociologia PUCRS - PPG em Ciências Sociais Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon CEP: 90619-900 - Porto Alegre, RS [email protected] Emanuel Isaque © 2019. (shrink)

This book compares Hindu nondual philosophy to that of Baruch Spinoza, demonstrating the similarity of Spinoza’s ideas to Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism. The book is well researched, but it is written in an informal style suitable for both scholars and the educated general public. There is already some scholarly literature comparing Spinoza’s philosophy to Śaṅkara’s Vedānta, but none of it has focused, as this book does, on philosophy of mind, and none of it has included nondual Kashmiri Shaivism in the comparison. (...) Among other things, the important distinction between Śaṅkara’s Vedānta and nondual Kashmiri Shaivism is brought to the fore by looking at those two philosophies through the lens of Spinoza. “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

This article is the THIRD of several excerpts from my book The Nondual Mind: Vedānta, Kashmiri Pratyabhijñā Shaivism, and Spinoza (the full book is posted on this site). “I liked James H. Cumming’s The Nondual Mind a lot. It is beautifully written, thoughtful, and very clear.” (Prof. Yitzhak Y. Melamed, Charlotte Bloomberg Professor of Philosophy, Johns Hopkins University) “James H. Cumming’s scholarly interpretation of Spinoza’s works, persuasively showing how 17th century European ideas that ushered in the Enlightenment find a (...) precursor in 10th century Kashmir, is a masterpiece of reason and philosophy that will leave the reader with profound thoughts on the meaning of history, God, and life itself. As a senior staff attorney in my chambers for many years at the California Supreme Court and a top scholar of ethics and philosophy of law, Mr. Cumming never ceased to amaze me with his outstanding research and intellect. This scholarly book is a must read for all who want to know why Spinoza continues to influence contemporary philosophy and how his work is still relevant in today’s challenging, interconnected world.” (Hon. Ming W. Chin, Associate Justice (Retired), Supreme Court of California, 1996–2020). (shrink)

Editor’s NoteThe Memorial of Prof. William J. WainwrightThe member of Editorial Board of Journal of Philosophical Theological ResearchWilliam “Bill” Judson Wainwright (1935-2020), a distinguished professor emeritus of philosophy at the University of Wisconsin-Milwaukee, was the member of the Editorial Board of the Journal of Philosophical Theological Research (JPTR).Wainwright is the author of several books in various fields of philosophy, especially the philosophy of religion, and numerous articles and chapters. Monotheism and Hope In God (2020), Reason, Revelation, and Devotion: Inference (...) and Argument in Religion (2015), Religion and Morality (2005), and Heart and Reason (1995) are among his published books.His last published article is “God, Love and Inter-religious Dialogue”1, which was published by the Journal of Philosophical Theological Research in the autumn of 2020. Wainwright gave final approval to his paper but unfortunately could not see its publication. He passed away on November 5, 2020, a few days before we published his article. May he be in peace and God’s grace. I never met him but I understood from my contacts with him that “He was a very kind, respected, noble, and patient philosopher.”We decided to dedicate a special issue titled “Theology, Philosophy, and Ethics”: In Memory of William J. Wainwright to him. I would like to express my gratitude to all the philosophers who accepted my invitation and generously and kindly helped us in publishing this special issue by writing their valuable articles. We hope that Wainwright would be pleased with the publication of this issue.I will end my words with this wish, which was Wainwright’s wish too, that: I wish that the followers of monotheistic religions can establish peace and tranquility in the world through inter-religious dialogue, mutual understanding, and extending their love for God to each other.1. Wainwright, W.J. (2020), God, Love, and Interreligious Dialogue, Journal of Philosophical Theological Research, 22(85), 5-13. (shrink)

Perhaps no one has done more in the last 30 years to advance thinking in the metaphysics of modality than has Alvin Plantinga. Collected here are some of his most important essays on this influential subject. Dating back from the late 1960's to the present, they chronicle the development of Plantinga's thoughts about some of the most fundamental issues in metaphysics: what is the nature of abstract objects like possible worlds, properties, propositions, and such phenomena? Are there possible but (...) non-actual objects? Can objects that do not exist exemplify properties? Plantinga gives thorough and penetrating to all of these questions and many others. This volume contains some of the best work in metaphysics from the past 30 years, and will remain a source of critical contention and keen interest among philosophers of metaphysics and philosophical logic for years to come. (shrink)

An exchange between Patrick Grim and Alvin Plantinga regarding Cantorian arguments against the possibility of an omniscient being.

Ateistler, kötülük probleminin Tanrı’nın varlığı aleyhine en güçlü argüman olduğu konusunda hâlâ ısrarcılar. Felsefe tarihine baktığımızda da Epikuros’tan Hume’a ve yakın dönemde Mackie’ye kadar uzanan bir yelpazede çeşitli düşünürler tarafından bu konuda birçok eleştirinin dile getirildiğini görmek mümkün. Plantinga bu çalışmasında felsefe tarihinin en köklü sorunlarından biri olan ‘Tanrı’nın varlığı sorusu’nu cevaplamaya çalışmakla kalmayıp felsefi bir yöntem ve soruşturmanın nasıl olması gerektiği konusunda muhteşem bir örnek de sunmaktadır. Plantinga, bu kitabıyla bizi, felsefe tarihinin en temel ilkelerinden birini hatırlamaya çağırıyor: var (...) olanın ardındakini anlamaya çalışmak. (shrink)

The fructose 6-phosphate (Fru-6P) saturation curve for phosphofructokinase (PFK) from E. coli is sigmoidal in the presence of saturating MgATP levels, while the corresponding curve for B. stearothermophilus PFK is essentially hyperbolic. Sigmoidality can be due to apparent cooperativity arising from the kinetic mechanism of an enzyme. We have determined the kinetic mechanism of B. stearothermophilus PFK (BsPFK). BsPFK was found to obey a non rapid-equilibrium random mechanism similar to the one E. coli PFK (EcPFK) follows. Substrate inhibition by MgATP (...) was observed. We propose that substrates bind to BsPFK through two alternative pathways, one of which is slower. The substrate inhibition arises in part from reaction flux through the slower pathway. Although EcPFK and BsPFK obey similar kinetic mechanisms, they are inhibited differently by MgATP: EcPFK is profoundly inhibited, BsPFK only weakly. The structural basis for this difference could be closure of the active site via a conformational transition that occurs in EcPFK, but not BsPFK. To investigate the importance of this transition for MgATP inhibition of EcPFK, we have constructed a chimeric enzyme (ChiPFK) that contains the "rigid" ATP-binding domain of BsPFK grafted onto the remainder of the EcPFK subunit. Our results indicate that ChiPFK is locked in an "open" structure resembling the activated form of EcPFK. It is insensitive to heterotropic regulation. Nevertheless, ChiPFK exhibits residual cooperativity. Possible explanations for the cooperativity are discussed. The 6F loop is proposed to be important in PFK allosteric behavior. Residues along the loop are largely conserved between BsPFK and EcPFK, except for 161, which is a glutamate in BsPFK, and a glutamine in EcPFK. Using site-directed mutagenesis, Glu 161 of BsPFK has been changed to glutamine and alanine. Similarly, Gin 161 of EcPFK has been changed to glutamate, arginine and alanine. Of the five mutants, one, QA161, was particularly interesting. Though activated normally by GDP, it was completely insensitive to PEP inhibition. This indicates that the hydrogen-bonding ability of residue 161 is critical for PEP inhibition of EcPFK, and that GDP activation and PEP inhibition follow different structural pathways. (shrink)

Paul Churchland argues that Plantinga’s evolutionary argument against naturalism is unsuccessful and so we need not accept its conclusion. In this paper, we respond to Churchland’s argument. After we briefly recapitulate Plantinga’s argument and state Churchland’s argument, we offer three objections to Churchland’s argument: (1) its first premise has little to recommend it, (2) its second premise is false, and (3) its conclusion is consistent with, and indeed entails, the conclusion of Plantinga’s argument.

In the Transcendental Aesthetic (TA), Kant is typically held to make negative assertations about “things in themselves,” namely that they are not spatial or temporal. These negative assertions stand behind the “neglected alternative” problem for Kant’s transcendental idealism. According to this problem, Kant may be entitled to assert that spatio-temporality is a subjective element of our cognition, but he cannot rule out that it may also be a feature of the objective world. In this paper, I show in a new (...) way how Kant’s view (focusing on his conclusions about space) is not subject to this objection, by showing that he does not make the denial about mind-independent reality that he is typically held to make. The argument develops consequences of a new reading of Kant’s expression “an sich selbst” (‘in itself’; ‘in themselves’). I argue that “an sich selbst” or “per se” has a special, judgment-level role, so that this expression does not form new noun-terms adjectivally. It follows that the conceptual unit of Kant’s “Conclusions” in the TA is simply “things” (Dinge), since “things in themselves” is not a nominal expression; Kant adopts the Wolffian ontological use of “thing” as the basic kind-term for any existent. The arguments that things per se are not in space are arguments that space cannot be a necessary property or relations of things as a kind. I show that this does not involve the positive claim about mind-independent reality that inspires the neglected alternative objection. (shrink)

This book extends the concept of linguistic coordinate geometry using linguistic planes or semi-linguistic planes. In the case of coordinate planes, we are always guaranteed of the distance between any two points in that plane. However, in the case of linguistic and semi-linguistic planes, we can not always determine the linguistic distance between any two points. This is the first limitation of linguistic planes and semi-linguistic planes.